Variabilidade estrutural da floresta de mangue do estuário do rio Tatuamunha, Porto de Pedras, Alagoas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: PAIVA, Laís Muniz
Orientador(a): FEITOSA, Fernando Antonio do Nascimento
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30711
Resumo: O manguezal é um ecossistema costeiro característico de regiões tropicais e subtropicais que ocorre morfologicamente associado a costas de baixa energia ou a ambientes estuarinos, lagunares, baías e enseadas. Usualmente considerado como o ecossistema costeiro mais importante das zonas úmidas, figura entre os mais produtivos do mundo, abriga uma elevada biodiversidade, sendo considerado berçário de várias espécies, algumas ameaçadas de extinção, como o peixe-boi marinho, além de prover uma ampla variedade de recursos naturais e serviços ecossistêmicos que beneficiam direta e indiretamente populações costeiras. No presente estudo, foi realizada a caracterização da estrutura florestal do manguezal do estuário do rio Tatuamunha (Porto de Pedras, AL), analisada pelo método de parcelas, distribuídas na franja da floresta em três sítios (A, B e C) ao longo do estuário. Para cada sítio foram demarcadas três parcelas e em cada parcela todos os indivíduos com altura ≥ 1 m tiveram suas alturas e DAP (diâmetro à altura do peito) medidos e anotados nas planilhas de campo. O sedimento do manguezal também foi analisado para determinação das características granulométricas e dos conteúdos de carbonato de cálcio e matéria orgânica total. Além disso, também foram coletadas e analisadas amostras sazonais superficiais do sedimento de fundo do canal estuarino, a fim de descrever os processos sedimentológicos atuais do estuário. O estuário do rio Tatuamunha apresenta um padrão de sedimentação arenoso litoclástico com maiores contribuições de carbonatos em seu baixo estuário, sendo análogo ao de outros estuários da região e se comportando como um potencial retentor de matéria orgânica e lamas terrígenas especialmente do médio para o alto estuário. Foi observado que o rio encontra-se bastante assoreado, o que é especialmente preocupante pela existência de cativeiros de peixes-boi marinhos. Os resultados indicaram que as florestas analisadas se apresentam bem conservadas com elevado desenvolvimento estrutural, indicada pelas elevadas áreas basais vivas e pela maior contribuição em área basal na classe diamétrica ≥10 cm. A densidade de troncos vivos variou de 575 a 4576 troncos.ha⁻¹, e de troncos mortos variou de 32 a 2444 troncos.ha⁻¹. A alta densidade de troncos nas classes diamétricas inferiores, indicam a presença de sub-bosques bastante densos abaixo do dossel. Foi observada uma tendência de distribuição das espécies: Rhizophora mangle L. esteve associada às regiões mais próximas do Oceano, sob um sedimento frequentemente inundado com elevados teores de lama e matéria orgânica total, enquanto que Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. F. predominou num sedimento mais arenoso, na porção alta do estuário, sob uma menor influência marinha.