Representações sociais sobre indisciplina escolar no ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cavalcanti Belém, Rosemberg
Orientador(a): de Fátima de Souza Santos, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8182
Resumo: O presente trabalho teve como principal objetivo compreender as representações sociais de alunos e professores do ensino médio sobre indisciplina escolar. Além de analisar as causas e as conseqüências atribuídas pelos diferentes sujeitos à indisciplina, buscou-se compreender em que se ancoram as representações dos grupos investigados, como são objetivadas essas representações e quais as práticas que os sujeitos desenvolvem para lidar com a indisciplina. Na tentativa de compreender as teorias de senso comum de cada um desses grupos de sujeitos, foi usada a teoria das representações sociais, e algumas das possibilidades metodológicas que ela permite. Nesta perspectiva teórica, as representações sociais são teorias construídas e compartilhadas coletivamente que dão sentido a determinados objetos, orientam o comportamento e a relação social das pessoas, além de justificar as práticas relativas a esses objetos. Participaram da pesquisa 251 alunos e 30 professores de duas escolas públicas e duas particulares da cidade do Recife. Todos os sujeitos responderam a um questionário de associação livre e quatro deles foram entrevistados, sendo duas professoras e dois alunos. Os dados foram analisados com o apoio dos softwares EVOC e ALCESTE. A representação social construída pelo grupo configura a indisciplina, prioritariamente, como a demonstração de comportamentos indesejados de alunos, em sua maioria, motivados por características pessoais (desinteresse, idade, má educação). A falta de ou a má educação é apontada como a principal causa. Desta forma, a indisciplina é objetivada em comportamentos como a desatenção, conversas, bagunças e também, na figura do adolescente. Essa representação parece estar ancorada numa idéia de certo controle social, no qual a disciplina tem um papel importante para o desenvolvimento social, ou seja, a sociedade precisa ter regras, e essas regras precisam ser obedecidas para que se tenha ordem e progresso. Essa idéia reflete-se na escola e se concretiza através do controle que a disciplina proporciona. Assim, é possível manter a sala em ordem e ter um melhor aproveitamento escolar quando os alunos se comportam de forma mais adequada. A partir dessa representação, práticas punitivas são privilegiadas no estabelecimento da disciplina. Alguns sujeitos, em proporção menor, visualizaram a indisciplina como uma forma de responder a uma postura inadequada do professor. Nessa perspectiva, práticas mais relacionadas a uma relação de amizade entre professor e aluno foram consideradas