Uso do polifosfato de sódio como fonte de fósforo em nutrição parenteral e precursor de cerâmicas para cimento ósseo injetável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: PEREIRA, Júlio César Bezerra
Orientador(a): SANTOS, Beate Saegesser
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33279
Resumo: Polifosfato é um polímero inorgânico que em meio aquoso apresenta-se como um conjunto de poliânions que contém um número variável de grupos fosfato por cadeia. A presente pesquisa apresenta o polifosfato (PoliP) de sódio – [NaPO₃]n –, como fonte mineral alternativa de fósforo para uso em duas distintas aplicações no campo da saúde: nutrição parenteral e como precursor para formação de cerâmicas para cimentos ósseos injetáveis. A formação de precipitados de fosfato de cálcio é um dos maiores problemas enfrentados na preparação de formulações para nutrição parenteral (NP). Neste sentido o presente estudo mostra a viabilidade do uso de PoliP como fonte de fósforo e como estabilizante de formulações nutricionais parenterais 2-em-1. Com outro foco, os sistemas constituídos por PoliP-Ca que separaram fase nas formulações parenterais levaram à ideia de usar esta fonte de fosfato de cálcio como precursores de cerâmicas sintéticas. Foram estudadas misturas coloidais contendo PoliP e Ca²⁺/Mg²⁺ e todos os outros componentes da NP para encontrar as regiões de concentração onde íons Ca²⁺ e os poliânions podem ser misturados sem formação de precipitados. Este processo foi monitorado por espectroscopia de absorção eletrônica e por Ressonância Magnética de ³¹P. Para a produção das cerâmicas, diferentes fontes de Ca²⁺ foram testadas e os materiais obtidos em fase aquosa foram secos e posteriormente calcinados em três diferentes temperaturas (300, 500 e 700 ºC), sendo caracterizados em seguida. Foram testadas ainda formulações contendo PoliP, alginato de sódio e Ca²⁺ com relação a seus aspectos morfológicos e de escoamento. Também foram desenvolvidas novas composições voltadas para uso como cimento ósseo injetável misturando-se as cerâmicas sintéticas preparadas anteriormente com CaCO₃ ou ZnO. A fase semi-sólida foi constituída por um gel de alginato de sódio em meio aquoso contendo glicerol. Os cimentos ósseos foram avaliados quanto à injetabilidade por meio de um planejamento fatorial 2³. A técnica de Microscopia Confocal Raman foi utilizada para avaliação da uniformidade dos cimentos. A pesquisa comprovou a viabilidade de aplicação do polifosfato de sódio no preparo de misturas para NP, através da avaliação físico-química do mesmo e de sua interação com cálcio e outros componentes da NP. Os resultados indicam que foram obtidas cerâmicas baseadas em fosfato de cálcio (P/Ca = 0,6 – 2,0) e com morfologia na forma de grãos de tamanho micrométrico (< 250 μm). Constatou-se mudanças de fases com o aumento da temperatura. Verificou-se a presença das fases cristalinas monetita, brushita, hidroxiapatita e outras não identificadas nas cerâmicas obtidas. Verificou-se que o fator concentração do gel de alginato é o que exerce efeito negativo mais significativo sobre a injetabilidade, em intervalo de confiança de 95%. Os dados permitem afirmar que o PoliP consegue estabilizar o Ca²⁺ em quantidades equivalentes àquelas normalmente indicadas em NP, na proporção molar P:Ca em torno de 1. O PoliP não alterou as os parâmetros de normalidade de hemácias, mostrando sua viabilidade para uso parenteral. Por um método simples e de baixo custo, foi possível a obtenção de promissoras cerâmicas biocompatíveis que podem constituir cimentos ósseos injetáveis.