Avaliação da fibrose hepática na esquistossomose mansônica utilizando o escore ELF (Enhanced Liver Fibrosis)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55797 |
Resumo: | O diagnóstico da presença e do padrão da fibrose periportal (FPP) na esquistossomose mansoni (EM) é fundamental para diagnóstico das formas clínicas e detecção de pacientes com hipertensão portal. Para tanto, o padrão-ouro tem sido a ultrassonografia, porém requer equipamento sofisticado e operador bem treinado. Índices, como o ELF (Enhanced Liver Fibrosis), marcador direto de fibrose, vêm sendo utilizados em doenças hepáticas com resultados promissores. Contudo, ainda são muito escassos os estudos com o ELF na avaliação da FPP na esquistossomose mansoni. Objetivou-se avaliar os níveis séricos do ELF conforme os padrões de FPP estabelecidos pela classificação ultrassonográfica de Niamey em pacientes com esquistossomose mansoni. Realizou-se estudo analítico transversal e bidirecional, envolvendo pacientes que referiam contato com água contaminada, fizeram tratamento para EM e/ou apresentaram ovos no exame parasitológico de fezes. Os pacientes recrutados na zona endêmica apresentavam padrões mais leves de fibrose, [padrões A e B (FPP ausente/duvidosa), padrão C (FPP leve) e padrão D (FPP moderada)], e no ambulatório de hospital de referência apresentavam padrões mais avançados [padrão D (FPP moderada), padrão E (FPP avançada) e padrão F (FPP muito avançada)]. Foram colhidos dados clínicos e realizadas ultrassonografias com equipamento GE Healthcare Logic E ou Siemens Acuson S2000, por um único examinador, para avaliar a FPP pela classificação de Niamey. Em seguida, foram colhidos 10 mL de sangue, centrifugado e congelado (–80°C) para aferição do ELF, que foi calculado pelo equipamento, conforme a equação: [ELF = 2.278 + 0.851 ln(HA) + 0.751 ln(PIIINP) + 0.394 ln(TIMP-1)] e expressado em valor numérico sem unidade. Entre 196 pacientes avaliados, 114 (58,2%) eram mulheres, com média de idade 45 ± 15,42 anos. Apresentaram os seguintes padrões de FPP: 18 padrão A+B; 64 padrão C; 56 padrão D; 49 padrão E e 9 padrão F. Os valores do ELF (mediana) foram mais elevados de acordo com a progressão da FPP nestes 5 grupos (p = 0,0021), respectivamente: (A+B = 8,36); (C = 8,40); (D = 8,64); (E = 8,99) e (F = 9,75). O ELF foi capaz de diferenciar estes pacientes em 4 grupos: A+B vs C vs D vs E+F (p = 0,0024), assim como em 3 grupos: A+B vs C+D vs E+F (p = 0,0028), como também o grupo: A+B vs E+F (p = 0,0464) e o grupo: C+D vs E+F (p = 0,0007). Não foi possível separar os grupos: A+B vs C+D. Por fim, o índice foi capaz de diferenciar os pacientes em 2 grandes grupos: A+B+C vs D+E+F (p = 0,0015). Neste estudo, o ELF demonstrou grande potencial como ferramenta na avaliação da FPP em pacientes com EM, sendo capaz de diferenciar aqueles com pouca fibrose dos que apresentam fibrose moderada ou avançada. |