Discursos curriculares e construção da memória negra e indígena em imagens nos livros didáticos de história do ensino fundamental : horizontes simbólicos da (de)colonialidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: FREITAS, Raquel da Silva
Orientador(a): OLIVEIRA, Gustavo Gilson Sousa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55267
Resumo: Esta pesquisa partiu do interesse intelectual e político de compreender as discussões e relações socais atuais que implicam a re/construção da categoria “raça” ao longo do tempo, localizadas em especial na construção imagética. Justificamos esse lócus baseados no conhecimento de que, o processo de categorização racial iniciado na colonização se mantém na contemporaneidade. Nesse sentido, sabendo que o campo educativo se constitui como espaço de natureza e função política e, portanto, não está isolado da cultura organizacional social e das demais instituições, entendemos que à herança colonial ainda se encontra presente nos currículos escolares. Assim, partimos da seguinte questão problema: como são construídas nas imagens as memórias negras e indígenas nos livros didáticos de história do ensino fundamental? A partir disso, o objetivo geral da pesquisa consistiu em compreender como são construídas nas imagens as memórias negras e indígenas nos livros didáticos de história do ensino fundamental, aprovados no Programa Nacional do Livro e do Material Didático - PNLD 2020. Os objetivos específicos: a) identificar e descrever as imagens dos/as negros/as e dos/as indígenas; b) analisar como as memórias sobre os povos negros e indígenas são construídas nas imagens, caracterizando a partir de quais discursos essas imagens são construídas e partilhadas; c) analisar até que ponto e como os discursos mobilizados nas imagens dos livros didáticos colaboram para a construção dos horizontes simbólicos da (de)colonialidade. Para alcançar os objetivos dessa pesquisa, nosso trabalho foi organizado com base nas abordagens da teoria do discurso, do pós- estruturalismo e dos estudos decoloniais que forneceram um quadro metodológico e conceitual para a análise dos temas abordados. Nesse processo, analisamos como as memórias sobre os povos negros e indígenas são construídas nas imagens, buscando apontamentos sobre como os discursos (de)coloniais eram identificados. Com base nesse processo, foi observada uma tensão evidente entre as marcas da memória antirracista e da memória colonial nas imagens. No entanto, é importante notar que o número de imagens que abordam questões antirracistas ainda é significativamente menor. Podemos apontar que, com base no conceito de memória, enquanto uma história particular ou coletiva que se tornou dominante em um determinado período ou contexto, as imagens em que memória que carrega símbolos da decolonialidade permitem a construção de lembranças e fortalecimento de identidades a partir de experiências articulatórias e políticas, individuais e coletivas de valorização da cultura e vida da população negra e indígena. Por outro lado, a memória colonial resulta em fechamentos e essencializações, ou seja, as imagens retratam os povos negros e indígenas como primitivos, inferiores ou selvagens, hegemonizando o discurso moderno colonial.