Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
ALVES, Romulo Nepomuceno |
Orientador(a): |
CARVALHO, Paulo Sérgio Martins de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44139
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Resumo: |
Ecossistemas aquáticos são o principal destino de rejeitos das atividades urbanas, industriais e agrícolas, diminuindo a qualidade da água e a saúde da biota. Estágios iniciais de desenvolvimento de peixes são uma ferramenta importante para a detecção da toxicidade de sustâncias isoladas ou de misturas, e alterações nessa fase podem estar diretamente relacionadas à presença de contaminantes no ambiente. O presente estudo teve como objetivo investigar a ecotoxicidade das águas superficiais de onze bacias hidrográficas de Pernambuco para a fase embriolarval do zebrafish (Danio rerio) através da análise de efeitos letais e subletais, e avaliar correlação da toxicidade com os índices de qualidade da água (IQA) e de estado trófico (IET). Inicialmente, embriões foram expostos a amostras de dez bacias hidrográficas divididas em região norte do estado (Grupo 1), região central e metropolitana (Grupo 2), e região sul (Grupo 3), totalizando 55 pontos de coleta. Posteriormente, foi realizada exposição a amostras de 10 pontos do Rio Capibaribe, numa escala espacial menor, mas significativa. A toxicidade foi expressa por taxas de letalidade, atrasos no desenvolvimento embriolarval com base no índice “General Morphology Score” (GMS), e por frequências de anomalias do desenvolvimento. Na escala espacial maior mortalidade significativa foi observada em 7 das 10 bacias analisadas, variando entre 10% e 40%. A análise dos efeitos subletais indicou toxicidade significativa em 50% das amostras. A maior toxicidade foi detectada nas bacias do Grupo 2 (62%) com GMS variando entre 14,1 e 17,6. Para a bacia do Rio Capibaribe foi observado menor impacto em áreas rurais (GMS médio 16,9), impacto intermediário em locais com influência urbana e agrícola (GMS médio 16,4), e os maiores impactos em locais mais urbanizados (GMS médio 14,9). Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) foram detectados tanto em áreas rurais quanto urbanizadas do Rio Capibaribe. Em todo o estudo as alterações de desenvolvimento mais frequentes incluíram o não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca, estase sanguínea e não desenvolvimento das nadadeiras peitorais, com destaque para o não insuflamento da bexiga natatória que apresentou frequência de 100% em algumas estações de coleta. Além disso, as maiores frequências de estase sanguínea foram detectadas em amostras com maiores concentrações de NH3, corroboradas por uma correlação positiva, sugerindo a existência de uma relação causal. Também foram detectadas correlações significativas entre o GMS, o IQA e o IET, indicando que a toxicidade subletal ao longo das bacias analisadas é maior em locais com maiores níveis de contaminação por esgoto doméstico e maior risco de eutrofização. Este estudo demonstra o potencial dos estágios iniciais da vida do zebrafish como um modelo ecotoxicológico para avaliar a toxicidade de águas superficiais de rios tropicais, podendo assim contribuir para um melhor entendimento entre o potencial tóxico das fontes poluidoras e os efeitos adversos sofridos pela biota residente nesses ambientes. Além disso, evidencia possíveis impactos que as espécies residentes dos ambientes estudados podem estar sofrendo, se fazendo necessário um manejo adequado desses impactos e um maior controle das atividades desenvolvidas no entorno da área de estudo. |