Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Monte, Franciela Félix de Carvalho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11237
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Resumo: |
Considerando que a temática da criminalidade entre adolescentes é uma discussão relevante e desafiadora social e academicamente, e que a literatura tem apontado para as contribuições da Psicologia do Desenvolvimento Moral para uma possível compreensão dessas condutas, esta pesquisa teve como objetivo compreender as relações entre as variáveis Valores Humanos, Julgamento Moral, Empatia e o cometimento de atos infracionais por adolescentes. Para tanto, 120 adolescentes de ambos os sexos participaram deste estudo. Metade da amostra foi composta por adolescentes que cometeram atos infracionais e a outra metade foi composta por adolescentes não infratores. Os participantes responderam a um questionário socioeconômico, aos “Dilemas da Vida Real” (instrumento de avaliação do julgamento moral), ao Questionário de Valores Básicos (instrumento de mensuração dos valores humanos) e à Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal (EMRI), a qual avalia quatro dimensões da empatia: Tomada de Perspectiva, Fantasia, Angústia Pessoal e Consideração Empática, sendo as duas primeiras dimensões cognitivas e as duas últimas afetivas. As respostas apresentadas pelos adolescentes aos dilemas morais foram analisadas e categorizadas segundo a tipologia kohlbergiana. Os principais resultados apontam que os adolescentes que cometeram atos infracionais apresentaram menores Índices Gerais de Empatia, Consideração Empática e Tomada de Perspectiva, menores escores de Julgamento Moral e maiores escores de Valores Normativos que aqueles que não cometeram atos infracionais. Ademais, quanto mais grave o ato infracional cometido, menos os adolescentes pontuaram em todas as escalas de Empatia, nos valores de Orientação Pessoal, na subfunção Interacional e no tipo de Motivador Humanitário dos Valores. Um modelo de regressão logística com excelentes qualidades preditivas aponta que os Valores de Experimentação predizem positivamente, enquanto a Tomada de Perspectiva, o Julgamento Moral e os Valores de Existência predizem negativamente a ocorrência de ato infracional praticado por adolescentes. Em suma, compreende-se que este estudo, ao apontar a empatia, o julgamento moral e alguns valores humanos como elementos explicativos do cometimento de atos infracionais, também mostra um caminho possível tanto no âmbito preventivo como na assistência ao adolescente em conflito com a lei, evitando os altos índices de reincidência atuais. Entende-se que pesquisas posteriores podem estudar a formação de valores e Julgamento Moral dentro dos grupos ditos “vulneráveis”, o que permitiriam compreender estes elementos a partir da concepção do próprio grupo. Ademais, este estudo contribui com a discussão sobre as relações entre aspectos cognitivos e afetivos do desenvolvimento sociomoral dos adolescentes. |