Gravidez e juventude no meio urbano e rural: significados e aproximações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: ARCOVERDE, Lílian Rocha
Orientador(a): MENEZES, Jaileila de Araujo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10142
Resumo: Este trabalho está inserido na área de estudos da Psicologia Social sobre Adolescência/Juventude e Sexualidade. Partimos da idéia de que a gravidez vivenciada por jovens tem significados distintos construídos no campo de relações da jovem com sua rede de convívio e apoio. Nosso objetivo geral foi analisar, a partir da experiência da gravidez, as trajetórias afetivo-sexuais de duas jovens e seus parceiros sexuais, em duas regiões de Pernambuco (contexto urbano e rural), à luz das questões de gênero. Interessou ainda analisar as diferenças e possíveis aproximações dos percursos afetivo-sexuais das jovens, considerando as especificidades dos contextos de vida; investigar os posicionamentos da rede de convívio e apoio frente ao evento da gravidez da jovem, bem como conhecer e problematizar sobre os projetos de vida das jovens pesquisadas após a gravidez. Para tanto, partimos dos dados de pesquisa do projeto GRAVID e resgatamos as histórias de vida de duas jovens sementes, uma moradora de bairro periférico de Recife e outra moradora da zona rural de cidade do sertão pernambucano. Do ponto de vista teórico, nos apoiamos na literatura que valoriza os significados do evento da gravidez na vida de jovens, fugindo dos estigmas de precocidade e irresponsabilidade. Também fizeram parte das nossas perspectivas teóricas as leituras sobre gênero e sexualidade, assim como a noção dos direitos sexuais e reprodutivos. A partir das análises das entrevistas, compreendemos que a jovem do contexto urbano exercia livre circulação social, incluindo as experiências da sexualidade. De outra maneira, a jovem do contexto rural vivia em um ambiente de muito isolamento e tinha sua vida vigiada por sua mãe. Para as duas histórias de vida, os membros da rede de convívio e apoio, de maneira geral, reiteravam os discursos de precocidade e a falta de condições para a maternidade. Os projetos de vida das jovens passaram pelos cuidados com os filhos e a pretensão de voltar a estudar. Conforme perspectiva dos “circuitos integrados”, foi possível identificar que a rede de convívio e apoio das jovens pesquisadas reitera a lógica de gênero que discrimina a jovem mulher e não apóia suas iniciativas de empoderamento. Em ambos os contextos de vida, as jovens após a gravidez estiveram dependentes financeiramente dos seus companheiros e tiveram a dedicação de suas vidas ao universo doméstico, reforçando a lógica de desigualdade de gênero.