Juventude rural, gênero e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Volpato, Teresinha Baldo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3591
Resumo: A presente pesquisa pretende refletir sobre a juventude rural, as imbricações entre educação e trabalho e, quando possível, articulando-as com as relações de gênero, junto a jovens rurais do município de São Ludgero, no sul do estado de Santa Catarina. Com uma população de 10.993 habitantes, o município caracteriza-se pela presença de indústrias urbanas com um setor industrial vinculado ao campo e uma parcela de 10% que vive no campo sustentando-se por meio da agricultura familiar. Além disso, caracteriza-se por determinado número de jovens que vivem no campo, mas conciliam trabalho na agricultura familiar com trabalho urbano, formando o fenômeno designado como pluriatividade. O problema de pesquisa investigou como estes jovens vivenciam suas experiências no conjunto de suas relações sociais (família, escola, trabalho, amizade e namoro) e como compõem seus projetos de futuro. O objetivo geral foi compreender e analisar o contexto sociocultural do jovem rural na região de São Ludgero, quais as variáveis, principalmente relativas a trabalho, educação e, quando possível, de gênero, que permearam a construção de seus projetos de futuro. Os objetivos específicos pautaram-se em: caracterizar os aspectos que compõem o cotidiano do jovem rural; mapear as ações de educação disponíveis a eles e a forma como usufruem dessas ações; analisar como as relações de trabalho e de gênero aparecem em suas narrativas. Os instrumentos de pesquisa utilizados foram: a entrevista, com roteiro semiestruturado, e a pesquisa bibliográfica. Ao todo foram entrevistados 22 jovens, residentes na área rural, que concluíram o Ensino Médio na Escola de Educação Básica de São Ludgero, entre os anos de 2009 a 2014. Além desses critérios, a seleção da amostra também levou em conta que fossem jovens que estivessem na faixa etária de 18 a 24 anos no momento da pesquisa, residissem na área rural de São Ludgero, trabalhassem, no mínimo, meio período na propriedade rural, e fossem solteiros(as). Tanto no decorrer da pesquisa quanto no processo de análise, buscou-se compreender as contradições e o movimento dialético, sempre levando em conta as articulações entre economia e cultura, tanto no âmbito local quanto em suas relações mais abrangentes na sociedade contemporânea, para isso construindo um diálogo entre o real e os estudos já produzidos sobre a área de pesquisa. Entre os resultados, constatou-se que persiste no campo uma tendência para a divisão sexual do trabalho generificada: os rapazes têm mais chances de permanecer e dar continuidade às atividades da propriedade; as moças não almejam relacionamentos que as condicione a permanecer no campo, pois em seus projetos de futuro pretendem cursar universidade e, de preferência, trabalhar na cidade. A educação demonstrou ser um fator importante para os(as) jovens, tanto para sair quanto para permanecer, mas em ambos os casos está bem aquém das suas necessidades, pela pouca disponibilidade de vagas no ensino público superior gratuito, ou falta de cursos superiores ou técnicos vinculados à realidade agroindustrial do município.