Infecção oculta e fatores de risco para vírus da hepatite B em pacientes hemodialisados de Recife-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cecília Cavalcanti de Albuquerque, Ana
Orientador(a): Rosângela Cunha Duarte Coêlho, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PCR
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7090
Resumo: A exposição freqüente a sangue e derivados é uma importante rota para transmissão do vírus da hepatite B (HBV), portanto pacientes hemodialisados apresentam um alto risco para a aquisição do mesmo devido ao tratamento de rotina. Em muitos países, a transmissão do vírus da hepatite B tem sido controlada em centros de hemodiálise, devido à utilização das precauções universais, práticas de controle da infecção e vacinação freqüente nos pacientes susceptíveis. Todavia algumas unidades apresentam pacientes com infecção oculta para o HBV, variando de 0 a 58% em algumas regiões do mundo. Os objetivos desse trabalho foram identificar infecção oculta para o HBV e os fatores de riscos para a infecção em pacientes hemodialisados de 5 clínicas da cidade de Recife/PE, no período de agosto de 2006 a agosto de 2007. A população estudada foi constituída por 780 pacientes, com média de idade de 50 ± 15,1 e de ambos os sexos. Os hemodialisados, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foram submetidos a uma entrevista para aquisição de dados epidemiológicos. Foram coletados antes do tratamento hemodialítico, 10 mL de sangue pela fistula. As amostras foram encaminhadas em tempo hábil de 4 horas ao laboratório para processamento e armazenamento a - 80°C até o momento de realização dos testes. O ELISA foi realizado para pesquisa dos marcadores sorológicos (anti-HBc total, HBsAg e anti-HBs). Os soros que apresentaram negatividade para o anti-HBc total e HBsAg foram organizados em pools . As amostras anti-HBc total positiva e os pools foram submetidas à Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para pesquisa do DNA viral. As reações positivas foram seqüenciadas para a identificação do genótipo e para análise de mutação para a região S do vírus. As informações foram armazenadas e analisadas no Epiinfo 6.0., para posterior análise univariada e multivariada das variáveis estudadas. A soroprevalência para o anti-HBc total, HBsAg e anti-HBs foi de 29,4% (229/780), 3,3% (26/780) e 66,2% (135/203), respectivamente e o DNA viral foi encontrado em 2,2% (17/780) das amostras. Em dois pacientes anti-HBc total + anti-HBs reagentes e em um paciente com anti-HBc total isolado foram encontrados o DNA-HBV, observando uma infecção oculta de 0,4% (3/752). O genótipo A foi encontrado em 81,25% (13/16), o genótipo D em 12,5% (2/16) e o genótipo F em 6,25% (1/16) das amostras HBsAg positivas. Os genótipos verificados nos pacientes com infecção oculta foram o A (2/3) e D (1/3). Nenhuma mutação foi encontrada nas seqüências virais analisadas. As variáveis sexo, idade, tempo de hemodiálise e quantidade de transfusões é que estão mais estreitamente associadas com a soropositividade para o anti-HBc total. Os marcadores sorológicos avaliam bem a infecção pelo HBV, porém deve-se ter sempre o respaldo de testes moleculares para a verificação de infecções ocultas, pois evidencia pacientes que para a clínica são considerados negativos e na verdade albergam o vírus, podendo disseminar o vírus aos demais