Caracterização geoquímica, sedimentológica e estratigráfica do topo da camada carbonática do nível C6 da Formação Crato (pré-sal aptiano) da Bacia do Araripe, NE do Brasil
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Geociencias |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39017 |
Resumo: | O pré-sal, intervalo sedimentar encontrado principalmente nas bacias de Campos e Santos, contém os maiores campos petrolíferos do subsolo marinho que atraem muito interesse desde a sua descoberta. Por estar localizado em águas profundas e por apresentar uma grande variedade litológica, torna-se difícil o seu estudo para a elaboração de um modelo de reservatório, o que leva a realização de estudos de modelos análogos. Nesse contexto, a Bacia do Araripe destaca-se por possuir bons afloramentos na sucessão de carbonatos lacustres Aptianos (Andar Alagoas), da Formação Crato, que são semelhantes aos carbonatos que ocorrem no pré-sal. O objetivo deste trabalho foi caracterizar sedimentologicamente, estratigraficamente e geoquimicamente os carbonatos do topo da Formação Crato (nível C6) e observar sua provável origem, uma vez que, vários estudos indicam que são de origem microbial ou que foram formados por precipitação química em condições de hipersalinidade, além de, verificar o comportamento hidrológico da fase final deste paleolago. Para tanto, foram estudados sete afloramentos na região que abrange os municípios de Santana do Cariri, Crato, Arajara, Barbalha, Nova Olinda e Porteiras. Nas amostras coletadas foram feitas análises petrográficas por microscopia óptica, microscopia eletrônica de varredura (MEV) e catoluminescência, além de análises geoquímicas de isótopos estáveis de C e O e Fluorescência de raios-X com os elementos maiores (SiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, Na2O, K2O, TiO2, P2O5, MnO e PF). Os calcários laminados foram classificados como calcilutitos ricos em óxidos de ferro, apresentando pirita framboidal e alguns ostracodes. Foram observadas estruturas dúcteis como microslumps e loop bedding e estruturas rúpteis como microfalhas e microfraturas, estas muitas vezes preenchidas por calcita blocosa ou fibrosa, constituindo veios. Ocorrem, também, porosidades dos tipos fratura, vugular e fenestral. Alguns poros são preenchidos por sílica, calcita e gipsita. Os valores de Delta 13C variaram entre -18,22 e 2,01‰ VPDB e os valores de Delta 18O variaram entre -8,25 e 0,23‰ VPDB. Os valores baixos de Delta 13C e Delta 18O (mais para negativos) têm sido relacionados a níveis mais elevados do lago e às condições de água doce (salinidade < 1), durante a precipitação dos carbonatos. Os valores obtidos de Delta 13C e Delta 18O sugerem o predomínio de um paleolago hidrologicamente fechado. Os resultados geoquímicos associados aos resultados petrográficos forneceram informações que indicam que a origem do carbonato do topo C6 da Formação Crato está ligada à precipitação química. Não foi verificada a presença de organismos que pudessem indicar influência microbial na gênese dos carbonatos estudados neste trabalho. |