Competição organizacional enquanto representação de uma ideologia bélico-militar: o papel da Guerra de Secessão e das ferrovias estadunidenses na construção de um significado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BÉHAR, Alexandre Hochmann
Orientador(a): FEITOSA, Marcos Gilson Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Administracao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29865
Resumo: Esta tese objetiva realizar uma reflexão crítica quanto ao conceito de competição. Associada a diversas críticas feitas às práticas e teorizações organizacionais, especialmente no que se refere às grandes corporações empresariais, o atual ambiente de extrema competição e risco impõe às organizações e a seus profissionais condições comparáveis a uma batalha. Tal afirmativa remete às aproximações entre práticas organizacionais e militares ao longo do século XIX, apoiada sob os princípios de racionalidade e ideal de progresso, que também sustentaram ações imperialistas contra povos considerados atrasados. Tais considerações rementem, desta forma, à constituição de ideologias, que, a partir de sua compreensão crítica, são estruturadas para controlar e manipular os pensamentos e atitudes dos indivíduos. A possibilidade de desconstrução destas ideologias coloca-se na compreensão e ressignificação dos seus símbolos, primordialmente amparados no discurso. A possibilidade de ressignificação e transformação da ação violenta relacionada à competição organizacional associa-se à compreensão de sua origem. Assim, a realização desta pesquisa no contexto das empresas ferroviárias estadunidenses, entre a Guerra de Secessão e a conclusão da primeira ferrovia transcontinental. Metodologicamente, esta pesquisa se constituí a partir do paradigma qualitativo, apresentando-se como uma historiografia, apoiada em documentos, orientada pela estratégia da História dos Conceitos. Como procedimento de análise, apresento o método da Análise Conceitual Discursiva Sócio-históricamente Contextualizada (ACDSC), aplicado em publicações do American Railroad Journal, entre os anos de 1860 e 1869. A análise evidencia a ocorrência de incorporação da ideologia bélico-militar pelas empresas ferroviárias no período em análise, alinhada à ascensão de um ideal imperialista, coerente com o momento histórico do capitalismo e da história estadunidense.