Informação, repressão e memória: a construção do estado de exceção no Brasil na perspectiva do DOPS-PE (1964-1985).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: SILVA, Marcília Gama da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7218
Resumo: Esta tese tem por objetivo estudar a montagem e funcionamento da polícia política em Pernambuco, como parte integrante da complexa e eficiente rede de informações que serviu como pilar de sustentação do regime militar. O papel da produção, apreensão e disseminação da informação como elemento fundamental na implantação e consolidação do regime ditatorial imposto por mais de vinte anos destaca-se na investigação do funcionamento dos órgãos de informação e segurança existentes no período. A metodologia de estudo utilizada busca percorrer uma linha de raciocínio em que a informação passa a ocupar um lugar estratégico nas práticas repressivas, encetando um fio condutor que nos leva a refletir sobre a importância do fluxo informacional na manutenção do aparato repressivo e, conseqüentemente, do próprio governo de exceção. Com apoio no aporte teórico proposto por Michel Foucault, que percebe a informação enquanto um poder-saber, é possível identificar o domínio, amplitude e efeito das práticas repressivas a partir do levantamento, análise e cruzamento das fontes escritas produzidas ou apreendidas pelos órgãos de informação e segurança existentes no acervo DOPSPE e dos relatos de memória coletados junto aos ex-presos políticos, que viveram na contramão desse processo. Como resultado, tem-se o mapeamento, a identificação e análise das múltiplas práticas repressivas de vigilância e controle social. A idéia é demonstrar que esses saberes instituídos operaram (re)produzindo a noção de Segurança Nacional base ideológica do governo militar , que por sua vez foi apropriada, ressignificada, criticada ou combatida pelos diversos atores, fazendo circular poderes, num embate histórico singular travado entre os representantes dos órgãos responsáveis pela vigilância, controle e repressão e parcelas significativas da sociedade ao longo de todo o regime