Tijolos cerâmicos com gesso residual da fabricação de louça sanitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: COSTA, Laysa Cristina Arão
Orientador(a): MARINHO, Érika Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil e Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40320
Resumo: O município de Caruaru, junto aos que estão no seu entorno, são caracterizados por indústrias de cerâmica vermelha e de cerâmica branca (louças sanitárias). Com uma média de 180 mil louças sanitárias por mês, desencadeia-se a problemática de impactos ambientais associados à extração de argilominerais, emissões de gases de efeito estufa e forma de descarte de produtos defeituoso e resíduos dos processos. Na fabricação de louças sanitárias por fundição, os moldes são de gesso, e não costumam ter destinação final adequada, o que pode resultar em contaminação de solos e águas, devido ao poder tóxico dos componentes de gesso. Já na produção de cerâmica vermelha, observa-se uma vasta utilização de argila, causando danos ao meio ambiente na extração, além do elevado consumo energético e emissões de gases poluentes. Neste trabalho, foi realizado um estudo para avaliar o uso de resíduo de gesso alfa (RGA) dos moldes de louça sanitária para fabricação de tijolos cerâmicos em substituição parcial do material argiloso. Foram produzidos tijolos cerâmicos por prensagem uniaxial, usando massa cerâmica nos percentuais de 0, 5, 10 e 15%, e sinterizados a 750°C e 850°C. Os corpos de prova foram submetidos aos ensaios tecnológicos para medida de desempenho de acordo com as Normas ABNT correspondentes. Os resultados obtidos mostram que o material argiloso utilizado é rico em fases de feldspato, montmorilonita e ilita, o que favoreceu a queima dos tijolos em temperaturas mais baixas (750°C e 850°C) que as usualmente empregadas na indústria. Isso favorece o uso do resíduo de gesso sem causar sua decomposição. O percentual de 5% de substituição de material argiloso por RGA no sistema cerâmico obteve melhores resultados de desempenho tecnológicos, para ambas as temperaturas de sinterização estudadas, por resultar em perdas discretas de desempenho em relação aos tijolos sem resíduo. Apesar do desempenho tecnológico dos tijolos com maiores percentuais de RGA ainda estarem dentro dos limites permitidos, a tendência em perda de desempenho sugere que não são tão seguros quanto o percentual de 5%. De acordo com os espectros de FTIR e os difratogramas de raios X, não ocorre a decomposição do RGA em todas as massas cerâmicas estudadas, não resultando na emissão de gases de enxofre que tem potencial poluidor para a atmosfera. Conclui-se que a produção de tijolos cerâmicos é uma forma adequada para destinação do RGA.