Redes de interações entre leguminosae arbóreas melitófilas e visitantes florais em ecossistemas urbanos de Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: ANDRADE, Thaís Caroline de Macedo
Orientador(a): LOPES, Ariadna Valentina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55909
Resumo: A urbanização altera inúmeros fatores ambientais e biológicos, entre eles as interações ecológicas entre plantas e animais. As áreas verdes urbanas colaboram positivamente na manutenção da biodiversidade, servem como fonte de recurso para os polinizadores e trazem inúmeros benefícios para a população no geral. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da urbanização nas redes de interações entre árvores da família Leguminosae melitófilas e seus visitantes florais. Mais especificamente, investigamos como as redes de interações entre plantas e visitantes florais estão caracterizadas e como a urbanização e o tamanho da área verde afetam as seguintes métricas de rede: índice de especialização (H2’), índice de especialização (d’); generalidade ponderada (Gw), vulnerabilidade ponderada (Vw) e uniformidade da interação (IE), assim como o número de interações e diversidade efetiva de visitantes florais. O estudo foi realizado em oito espaços verdes urbanos de uma metrópole brasileira (Recife), nordeste do Brasil, com 10 espécies de Leguminosae nativas e exóticas (1. Albizia lebbeck, 2. Cassia grandis, 3. Cenostigma pluviosum var. peltophoroides, 4. Cenostigma pyramidale, 5. Clitoria fairchildiana, 6. Libidibia ferrea, 7. Senna siamea, 8. Paubrasilia echinata, 9. Prosopis juliflora e 10. Tamarindus indica). Foram realizadas visitas diárias para observar os visitantes florais das espécies de Leguminosae, ca. de 15hs de observação para cada espécie, em cada local de estudo, durante 62 dias. Para calcular o índice de urbanização de cada local de estudo foram utilizadas as seguintes variáveis: a) distância para área de remanescente florestal mais próximo, b) número de células com presença de corpos d’água, c) número de células com pavimentação, d) número de células com presença de canal e e) número de células com alta densidade de construção. Registramos 29.430 visitas (de 10 espécies de visitantes florais, 8 de abelhas e duas de borboletas) às flores das 10 espécies de Leguminosae nativas e exóticas. Nossos resultados mostraram que a urbanização diminui o número de interações entre Leguminosae arbóreas e visitantes florais em áreas verdes urbanas e que o tamanho da área verde favorece o aumento no número de interações, o tamanho da área verde favoreceu a generalidade da rede e quando avaliada apenas a rede com espécies de Leguminosae exóticas, o tamanho da área verde favoreceu de forma positiva a diversidade desses visitantes. Além disso, espécies nativas de Leguminosae apresentaram maior especialização que espécies exóticas. A manutenção e conservação das populações de abelhas nos ecossistemas urbanos é imprescindível não só para a biodiversidade local, mas também para a polinização da agricultura urbana. O elevado número de interações observado para a abelha Xylocopa frontalis sugere a importância desse visitante na estruturação das redes e na prestação de serviço ecossistêmico de polinização em diversas áreas verdes urbanas. Em conclusão, reforçamos que a utilização da abordagem de redes de interações é importante para entender a estrutura e dinâmica dos sistemas ecológicos em áreas urbanas, além disso, é necessário haver um gerenciamento adequado das áreas verdes urbanas para aumentar o potencial desses locais em atuarem como repositório de biodiversidade.