Terapia cognitivo comportamental versus psicoeducação como tratamentos em adolescentes diagnosticados com bulimia nervosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Tatiana Araújo Bertulino da
Orientador(a): SOUGEY, Everton Botelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20006
Resumo: Os adolescentes aprendem em nossa sociedade que uma das características do sucesso é o corpo magro. Esta pressão social pela magreza está mais presente nas adolescentes, criando o aumento da insatisfação corporal nesta população. A insatisfação com a própria imagem corporal é o cerne dos transtornos alimentares. Entre os transtornos alimentares destaca-se a bulimia nervosa, caracterizada pelos comportamentos de compulsão alimentar associado à purgação. O tratamento clínico recomendável para a bulimia nervosa é a terapia cognitivo-comportamental, realizado por um especialista em transtornos alimentares. Outras formas de intervenção nos pacientes com transtornos alimentares também são utilizadas, entre elas a psicoeducação. O objetivo deste estudo foi de avaliar as possíveis diferenças entre a intervenção psicoterápica do tipo cognitivocomportamental e a intervenção psicoeducativa em adolescentes diagnosticadas com bulimia nervosa. Foi realizado um ensaio clínico, constituído de 11 adolescentes do sexo feminino entre 13 a 19 anos com diagnóstico de bulimia nervosa. Para o diagnóstico utilizou-se a entrevista clínica diagnóstica: Levantamento sobre o Desenvolvimento e Bem – Estar de Crianças e Adolescentes (DAWBA). As adolescentes foram divididas em dois grupos: controle e experimental. No grupo controle, constituído de cinco adolescentes, o tratamento utilizado foi a terapia cognitivo-comportamental em grupo durante 13 encontros em 12 semanas. No grupo experimental, constituído de seis adolescentes, o tratamento utilizado foi a psicoeducação em grupo, em 13 encontros semanais. As medidas primárias de eficácia no estudo foram: diminuição dos sintomas de bulimia nervosa, diminuição dos sintomas de compulsão alimentar e diminuição da insatisfação corporal. Houve diminuição de sintomas de bulimia nervosa nos dois grupos, porém não se comprovou diferença significativa entre os grupos. Em relação a compulsão alimentar não houve modificação nos sintomas em nenhum dos grupos. A insatisfação corporal foi a variável que demonstrou melhora significativa quando os grupos foram analisados em conjunto, porém não houve diferença significativa entre os grupos. Na terapia cognitivocomportamental é aceitável que após o tratamento da bulimia nervosa, os pacientes ainda apresentem sintomas de transtorno alimentar, como a compulsão alimentar, pois o principal objetivo é que o sistema de manutenção das crenças que mantem a bulimia nervosa seja interrompido. A psicoeducação possui como foco o aumento da satisfação com a imagem corporal, o que de fato ocorreu no estudo. A psicoeducação não foca especificamente na melhora da bulimia nervosa e de seus sintomas, como a compulsão alimentar. Apesar de estudos anteriores terem encontrado melhora na relação alimentar dos participantes de psicoeducação, além da melhora nos sintomas da insatisfação corporal. Os dois tratamentos realizados na pesquisa demonstraram diminuição de sintomas, porém essa diminuição não foi significativa em nenhum dos grupos quando avaliados individualmente. É necessária a continuação da pesquisa, com o aumento da amostra e se possível com a análise qualitativa dos dados. A pesquisa demonstrou a possibilidade da utilização da psicoeducação, em um primeiro momento, em populações não crônicas.