Prática de produção textual nos anos iniciais do ensino fundamental: a mediação do professor nas etapas de revisão e de reescrita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MÉLO, Welitânia Renata da Silva
Orientador(a): LIMA, Ana Maria Costa de Araujo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras (Profletras)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29733
Resumo: Este estudo teve o propósito de investigar a mediação dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental nas atividades de produção de textos escritos, sobretudo, no ensino-aprendizagem das etapas de revisão e de reescrita. Buscamos responder às seguintes questões: Como se constituem as práticas de revisão e de reescrita nos processos de avaliação e ensino-aprendizagem de produção de textos escritos? Que aspectos os professores privilegiam na avaliação das produções escritas dos estudantes? Participaram desta investigação duas professoras do 5º ano (nomeadas Professora A e Professora B) que lecionam numa mesma escola da Rede Pública Municipal de Ensino do Recife. Utilizamos como procedimentos metodológicos a entrevista, a observação de aula e a análise documental. Esta pesquisa fundamenta-se na concepção dialógica da linguagem à luz de Bakhtin (2011), Bakhtin/Volochínov (2014), Geraldi (2013), entre outros; na compreensão de texto como uma proposta de sentidos, a partir de Marcuschi (2008), Koch e Elias (2011) e Koch (2015); e de escrita enquanto trabalho, de acordo com Jesus (2011), Mayrink-Sabinson e Fiad (2004), Sercundes (2011) e Esper (2011). A análise dos dados evidenciou que ambas as professoras desenvolveram atividades de elaboração textual que apresentavam características de escrita como consequência, resultante de um mero exercício de escrita, sem objetivos sociodiscursivos e pedagógicos mais amplos. A Professora A, em suas propostas, explorou textos que realmente apresentam função social, e, na maioria das atividades, explicitou as condições de produção. No entanto, no momento da avaliação dos textos dos estudantes, a docente enfatizou, em seus comentários e marcações textuais e/ou icônicas, problemas de ordem normativa. Grande parte de suas intervenções/correções escritas era de natureza resolutiva, ou seja, a própria educadora fornecia soluções para os problemas identificados. No que diz respeito à tarefa dos estudantes, a estes não foi concedida a oportunidade de rever, refletir e reescrever seus textos, os quais permaneceram em sua versão inicial. Em relação à Professora B, algumas de suas propostas consistiam na elaboração de redações endógenas, genuinamente escolares, como a produção de narrativas cujo objetivo foi verificar a aprendizagem de determinado conteúdo gramatical. Nas situações de revisão e de reescrita, a Professora B, apesar de ter realizado a avaliação dos textos individualmente, com cada aluno escrevente, operou as modificações nos textos dos educandos, por meio de correções resolutivas. Assim como a Professora A, ela destacou problemas de ordem gramatical e ortográfico. O trabalho de reescrita desempenhado pelos alunos caracterizou-se, por conseguinte, como uma operação de “higienização textual” (JESUS, 2011). A partir da análise das estratégias interventivas das duas professoras nos textos dos alunos, foi possível notar que a revisão e a reescrita ainda não são concebidas por elas como etapas constituintes da produção textual.