Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
PATRIOTA, Leydianne Leite de Siqueira |
Orientador(a): |
NAPOLEÃO, Thiago Henrique |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41869
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Resumo: |
Proteínas bioativas de origem vegetal, tais como lectinas e inibidores de protease, têm sido avaliadas como agentes anti-inflamatórios e antitumorais alternativos complementares às drogas atualmente disponíveis. A presente tese descreve a avaliação das atividades antitumoral e anti-inflamatória in vivo da lectina de fronde de Microgramma vacciniifolia (MvFL) e do inibidor de tripsina de flores de Moringa oleifera (MoFTI) em camundongos fêmeas Swiss. Inicialmente, foi avaliada a citotoxicidade in vitro de MvFL e MoFTI para células de sarcoma 180. No ensaio in vivo, células de sarcoma 180 foram inoculadas no dorso dos animais e, após 7 dias, os camundongos foram tratados diariamente por 7 dias com MvFL (10 ou 20 mg/kg) ou MoFTI (15 ou 30 mg/kg), por via intraperitoneal. Foram analisados o peso do tumor, a vascularização ao seu redor e aspectos histológicos. A toxicidade dos tratamentos foi avaliada pela determinação de: consumo relativo de água e ração; peso dos órgãos e peso corporal; parâmetros hematológicos e bioquímicos do sangue; e aspectos histopatológicos de fígado, rins e baço. O potencial anti-inflamatório foi estudado usando dois modelos de inflamação aguda. Os camundongos receberam, por via intraperitoneal, MvFL (5 ou 10 mg/kg) ou MoFTI (15 ou 30 mg/kg) 1 hora antes da indução de peritonite ou edema de pata por injeção de carragenina. No modelo de peritonite, o líquido peritoneal foi coletado e avaliado quanto a migração de leucócitos, conteúdo de proteínas e níveis de citocinas e óxido nítrico (NO). O efeito antiedematogênico foi avaliado medindo o volume da pata durante a primeira (1–2h) e segunda (3– 4h) fases da formação do edema. Todos os experimentos foram realizados com controles negativos (veículo) e positivos (metotrexato, dexametasona e indometacina nos ensaios de atividade antitumoral, peritonite e edema de pata, respectivamente). MvFL e MoFTI inibiram o crescimento das células de sarcoma 180 in vitro, sendo as concentrações necessárias para inibir 50% da proliferação (CI50) de 20,6 e 67,97 µg/mL, respectivamente. Ambas as proteínas induziram apoptose e necrose das células. Os tratamentos com MvFL causaram uma redução de 89.2–96.8% no peso do tumor, enquanto MoFTI reduziu o tumor em 90.1%–97.9%, sendo observada a necrose do tecido tumoral e a infiltração de leucócitos. MvFL e MoFTI apresentaram ação antiangiogênica, evidenciada pela redução no diâmetro e no número de vasos primários e/ou secundários ao redor do tumor. Nenhuma alteração sugestiva de toxicidade foi observada nos animais tratados com MvFL e MoFTI, uma vez que não foram alterados o peso, consumo de água e ração e nenhuma alteração significativa foi observada nos parâmetros bioquímicos, hematológicos e histológicos investigados. No ensaio de peritonite, MvFL e MoFTI foram capazes de reduzir a infiltração de leucócitos, os níveis de citocinas pró- inflamatórias (IL-17A, TNF-α e IL-6) e de NO, e o extravasamento de proteínas no fluido peritoneal. Ambas as proteínas inibiram a formação do edema a partir da segunda fase, indicando atuação na concentração de mediadores inflamatórios como citocinas e NO. Em conclusão, MoFTI e MvFL são proteínas bioativas com potencial antitumoral e antiinflamatório, sem exercer toxicidade de acordo com os parâmetros avaliados, o que estimula mais estudos visando o desenvolvimento de fármacos a partir dessas proteínas. |