Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
VIANA, Normando José Queiroz |
Orientador(a): |
NASCIMENTO, Alexsandro Medeiros do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17757
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Resumo: |
Vem de longa data o interesse da ciência psicológica pela busca do autoconhecimento (James, 1890/1983). Neste contexto, os estudos oriundos do campo da autoconsciência, em especial com o advento da Teoria OSA (Duval & Wicklund, 1972), uma das primeiras teorias a considerar as discrepâncias entre o self e os padrões (Duval & Silva, 2001), têm reunido esforços no intuito de superar tamanha lacuna. Neste contexto, entusiasmado pela compreensão do self, em especial em sua vertente simbólica, bem como no instanciamento dos processos autoavaliativos por este operados, tramados à identificação da natureza dos padrões de atratividade e a forma como estes têm sido fenomenologicamente consciencizados no fluxo da experiência interna dos sujeitos, o presente estudo de tese objetiva identificar o que são os padrões de autoatratividade, qual sua dinâmica representacional no seio da experiência interna e o enlaçamento no processo autoavaliativo dos processos de atratividade autopercebida, autofocalização (autoconsciência situacional e disposicional), autoestima, bem estar (satisfação com a vida e felicidade), humor depressivo e religiosidade. Para o estudo em questão, foi recrutada uma amostra mista composta por 657 participantes (563 brasileiros e 94 portugueses), adolescentes, jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos e orientações sexuais homossexual e heterossexual, residentes na Região Metropolitana do Recife e na cidade de Lisboa, Portugal. Os procedimentos relativos à coleta ocorreram em três etapas: a primeira com objetivo de levantar emicamente, por intermédio de procedimentos multimétodos, o campo semântico de autoatratividade (Estudo 1 – Qualitativo); a segunda, com base nos achados da etapa anterior, corresponde ao processo de elaboração e validação da Escala de Autoatratividade - EAA junto à pesquisa desta com o conjunto de instrumentos utilizados (Escala de Apreciação Corporal (EAC); Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Escala de Autoconsciência Disposicional (EAD); Escala de Autoestima de Rosenberg; Escala de Satisfação com a Vida; Escala de Felicidade Subjetiva; Escala CES-D (Rastreamento de depressão); Escala de Religiosidade Global (ERG) e Escala de religiosidade de item único, bem como o roteiro de entrevista Fenomenológico-Cognitiva dos Estados Autoconscientes – EFEA), a fim de permitir a identificação da multidimensionalidade da maquinaria psíquica atrelada ao construto atratividade dentre a amostra recrutada (Estudo 2 – Ex-post-facto) e a terceira etapa refere-se ao aprofundamento dos achados da etapa que a antecede, por intermédio da apresentação do gradiente fenomenal dos padrões de atratividade com base na identificação dos modos como estes são representados no fluxo da experiência dos participantes durante estado autoconsciente relacionado a autoatratividade (Estudo 3 – Fenomenal). A hipótese geral que dá sustentação ao estudo em questão considera que quanto mais autoconscientes e de modo reflexivo as pessoas são maior seria a capacidade que estas têm de minorar as influências que os padrões de atratividade exercem sobre os processos autoavaliativos, ocasionando prejuízos ao funcionamento psicológico saudável, além de que, os padrões, caso emerjam à consciência, no seio da experiência interna, se realizarão cognitivamente em elementos variados de natureza representacional, em especial na forma da fala interna e visualização interna. De modo específico, dentre o conjunto de hipóteses que dá sustenção ao referido estudo, destaca-se aquela que chama atenção ao papel moderador da religiosidade no possível impacto deletério que os padrões de atratividade ocasionam à vida das pessoas, haja vista, a importância e centralidade de tal dimensão para subjetividade humana. O modelo de análise de dados adotado no presente estudo de tese prezou, no tocante ao material quantitativo, pela investigação da dimensionalidade das escalas por via da metodologia das facetas (Guttman, 1968), com base nas Análises Multidimensionais não-métricas do tipo SSA (Similarity Structure Analysis, ver Guttman, 1968; Roazzi, 1995). Por sua vez, o material qualitativo foi submetido à análise de conteúdo (Estudo 1, Bardin, 1970) e a metodologia fenomenológica padrão (Estudo 2, Cott & Rock, 2008). Os principais achados do presente estudo de tese apontam que os padrões de autoatratividade e sua fenomenologia são representados cognitivamente na consciência por intermédio dos elementos da fala interna e das visualizações internas, associadas aos elementos do sentimento, bem como a consciência sensória. Não se encontrou, todavia, ocorrência de pensamento não simbolizado na análise fenomenal operada. A estrutura de tal padrão se organiza a partir de duas dimensões, uma física e outra não física, representadas pelos fatores: sensualidade, moralidade, apresentação pessoal, afetividade, inteligência, bom humor e asseio. Tais fatores quando correlacionados entre si, e junto as demais medidas utilizadas, apontam a presença de correlações estatisticamente significantes, em especial, no tocante às variáveis: Orientação sexual, no âmbito geral, os heterossexuais encontram-se mais próximos de um campo de afeto positivo, e os homossexuais nas cercanias do afeto negativo; Idade, os mais jovens, também situados num campo do afeto negativo, passando por um campo intermediário, onde há a presença de jovens adultos, findando com os participantes com idades entre 36 e 76 anos, cravados num campo de afeto positivo; Religiosidade, igualmente caracterizada por uma disposição polar, nas cercanias desta variável, os que se dizem religiosos, os heterossexuais e os adultos e idosos, e distanciando-se da religiosidade, localizados em plano antagônico, os que relatam não professar nenhuma fé, os adolescentes de 14 a 20 anos e os jovens homossexuais; e Nacionalidade, os portugueses mais próximos de um padrão de atratividade com base em princípios morais e os brasileiros simpáticos às variáveis sociodemográficas de natureza religiosa, inferindo que estas exercem influência sobre o instanciamento dos processos autofocalizadores, correlações estas cujos significados são corroborados pelos achados oriundos do estudo fenomenal. Tal estudo representa um esforço em dar visibilidade a uma temática pouco investigada na ciência psicológica, a natureza dos padrões de correção e o impacto destes nos processos autofocalizadores, em diálogo com uma perspectiva de mente dual, que contempla aspectos psicológicos e fenomenais da subjetividade e cognição humanas, a fim de contribuir com uma compreensão mais profunda sobre os aspectos cognitivos cruciais relacionados ao instanciamento de modos mais adaptados e, consequentemente, menos comprometedores da existência significativa e feliz. |