Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
DINIZ, Tereza Cândida Alves |
Orientador(a): |
GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55858
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Resumo: |
Esta tese tem como objetivo analisar as imagens de José Stênio Silva Diniz, xilógrafo, gravador, poeta e compositor juazeirense na década de 1970, investigando as condições históricas, culturais, políticas e sociais, memórias e práticas de escrita. Por meio de sua vasta produção de xilogravuras, podemos compreender diversos fragmentos de sua trajetória, especificamente quando Stênio Diniz, o gravador do tempo, imprimiu em suas imagens fragmentos historicamente situados, que permitem por sua vez, verificar como o artista transitou em distintos espaços culturais, intelectuais e sociais. Além de suas xilogravuras, mobilizamos um corpus documental produzido intelectualmente pelo artista, tais como: seu arquivo de memórias, contendo catálogos de exposições, fotografias, escritos memorialísticos, recortes de jornais, sua biblioteca particular e seus relatos de memórias. Outros documentos externos ao artista foram inseridos: entrevistas, jornais e bibliografia especializada. Os documentos selecionados se conectam apresentando um artista múltiplo, inventivo e dinâmico que foi se construindo na luta cotidiana, no enfrentamento às injustiças sociais por meio da arte, alcançando o título de Mestre da Cultura pelo Governo do Estado do Ceará em 2006. A tese é dividida em quatro capítulos. No primeiro capítulo, A paisagem da memória do passado, tomamos como eixo condutor o “arquivo de memórias” do artista. O protagonismo de Stênio se percebe na invenção do seu “acervo” particular cujo objetivo é a perpetuação de suas memórias e a luta contra o esquecimento. No segundo capítulo, Na volta uma reviravolta: parcerias, bienais e exposições, destacam-se análises sobre as redes de relacionamentos entre Stênio Diniz, poetas, artistas, intelectuais, militantes e ativistas políticos. Investiga-se o trânsito desses grupos pela tipografia São Francisco e como tais influências corroboraram na formação artística, política e social do artista. O terceiro capítulo, A história das imagens de Stênio, privilegiou as xilogravuras como suportes de memórias, sintomas culturais e políticos da sociedade, com destaque para o álbum Retirada produzidas em parceria com a artista Mariza Viana. No quarto capítulo, Um artista em trânsito num mundo em transição. As décadas de 1980 e 1990 marcam o reconhecimento internacional da produção artística de Stênio Diniz. As imagens aparecem mais refinadas do ponto de vista plástico e de intensa crítica ao governo. As parcerias culturais na Alemanha fomentaram projetos significativos e estimularam a criatividade do artista resultando numa arte preocupada com questões ecológicas. A pesquisa indicou que, os estudos sobre imagens somente recentemente se detiveram sobre a visualidade das xilogravuras. Ignorada por décadas a relevância dessas imagens e dos seus artistas, apontam para a criatividade, memórias e distintas temporalidades históricas. Portanto, as imagens nesta tese migram no espaço-tempo carregando em seus suportes passado sobre passado, resultado da capacidade que as xilogravuras possuem em reter memórias, adaptar-se, resistir e adquirir novos sentidos. |