Novos Recifes, velhos negócios : política da paisagem no processo contemporâneo de transformações da Bacia do Pina – Recife/PE : uma análise do Projeto Novo Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: BARBOSA, David Tavares
Orientador(a): MACIEL, Caio Augusto Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11883
Resumo: A pesquisa objetiva compreender os referentes ideológicos e representações espaciais presentes na disputa, entre atores hegemônicos e contra-hegemônicos, do processo contemporâneo de transformação da Bacia do Pina e, especialmente, do Cais José Estelita, com a possível implantação do empreendimento Novo Recife. A pesquisa foi desenvolvida mediante revisão bibliográfica, iconográfica, análise de projetos e planos urbanísticos, atividades de campo e participação em debates sobre a implantação do referido empreendimento. Buscamos assim, apontar que na transformação contemporânea destes espaços, ocorre a seleção de imagens e discursos, que são constantemente ressignificados, alterando assim, a relação sociedade-espaço e perspectivas de planejamento da cidade. Nesta pesquisa, encaramos o empreendimento Novo Recife não apenas como um projeto isolado de reconfiguração territorial, mas como um evento interligado a uma dinâmica recente e atual de expansão de grandes projetos nos espaços centrais do Recife, onde desde 1990 tem se multiplicado uma série de antecipações cognitivas (projetos, planos de ação, leis) e antecipações espaciais (projetos viários, megaempreendimentos comerciais e residenciais, dentre outros) cujo objetivo principal corresponde a renovar e revalorizar as “margens risonhas” do Capibaribe e demais espaços líquidos da cidade, vistos como um capital simbólico a explorar. Neste processo de renovação dos espaços, percebemos que, correlata ao processo de valorização destes espaços, ocorre uma ampliação do espetáculo da paisagem, onde a paisagem-lugar (materialidade do espaço) vira paisagem-retórica (modo de ver, modo de fazer ver, modo de convencer e modo de vender), onde os atores hegemônicos promovem a valorização desta paisagem-retórica a partir da negação das formas de negociações e participação sobre as reformas sugeridas aos territórios em questão. Assim, nossa proposta de investigação corresponde a analisar as intervenções materiais, mas também, as estratégias simbólicas e ideológicas presentes na produção de novos discursos e representações que busquem legitimar e/ou contestar as ações de “reestruturação urbana” que vem ocorrendo na Bacia do Pina.