Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
BEZERRA, Marcos Eugênio Ramalho |
Orientador(a): |
ROCHA FILHO, Pedro Augusto Sampaio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30559
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Resumo: |
Introdução: A distonia crânio-cervical é uma forma de distonia, focal ou segmentar em sua distribuição, classicamente conhecida como torcicolo espasmódico quando em sua forma cervical pura primária, sendo a distonia mais comumente associada a dores. Apesar de incluída como cefaleia secundária desde 2004 na Classificação Internacional das Cefaleias, a cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical até hoje não conta com uma descrição adequada, seja de suas características clínicas, epidemiológicas ou terapêuticas, sendo considerada rara. Objetivos: Este trabalho visa determinar a prevalência da cefaleia associada à distonia crânio-cervical segundo critérios da terceira edição da Classificação Internacional das Cefaleias, estudar as características clínicas desta cefaleia secundária, estudar o impacto da cefaleia associada à distonia crânio-cervical na vida dos pacientes, e verificar se sintomas depressivos e ansiosos são associados à cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical. Métodos: O estudo foi realizado no ambulatório de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, incluindo pacientes com distonia cervical maiores de idade. Foram utilizados para coletas de dados: questionário semi-estruturado contendo dados sócio-demográficos e clínicos; diário de cefaleias; versão brasileira do Headache Impact Test (HIT-6); versão brasileira do Short Form-36 Health Survey (SF-36); questionário Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS); escala Toronto Western Spasmodic Torticollis Rating Scale (TWSTRS); versão brasileira do McGill Pain Questionnaire. Os pacientes incluídos foram divididos em três grupos – com cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical, com outras cefaleias e sem cefaleias – avaliados em três consultas consecutivas: inicial, após 4 semanas e após 16 semanas. Os pacientes com distonia foram ainda comparados com outros pacientes atendidos na rede de atenção primária em relação às características das suas cefaleias, e a qualidade de vida dos pacientes com distonia foi comparada aos dados referenciais da população brasileira. Resultados: Foram incluídos 24 pacientes, 14 mulheres, idade média de 46,0 ± 13,4 anos, 19 referindo dores (79,1%). Dezoito pacientes (75,0%) apresentavam cefaleias, sete destes (29,2%) preenchendo critérios para cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical, todos referindo crises de padrão similar à migrânea. Os escores de dor e incapacidade entre os pacientes com cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical eram significativamente piores que entre os pacientes sem cefaleias. Observou-se uma redução significativa do impacto da cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical em paralelo à melhoria da distonia após tratamento com toxina botulínica entre a primeira e segunda avaliação. Os escores de qualidade de vida, depressão e ansiedade não demonstraram diferença entre os grupos nas três avaliações. Pacientes com cefaleia e distonia apresentaram escores de qualidade de vida piores que a população geral, considerando-se os dados referenciais brasileiros. Pacientes com distonia cervical tem um risco aumentado de depressão e migrânea quando comparados com outros pacientes atendidos na atenção primária. Conclusões: A cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical é uma entidade menos rara quanto previamente pensada, podendo ser considerada um possível sintoma não motor associado à distonia crânio-cervical. A presença de cefaleias entre pacientes com distonia crânio-cervical pode contribuir para um aumento das dores nos indivíduos afetados e piora de sua qualidade de vida. |