Osman Lins e Claude Simon: A Arte da Bricolagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SANTOS, Taís Leme dos
Orientador(a): HOLANDA, Lourival
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11527
Resumo: Este trabalho consiste no estudo comparado do neobarroco nas obras Perdidos e achados, narrativa de Nova, novena (1994), de Osman Lins, e Triptyque (2006), romance de Claude Simon, novo romancista francês. Osman Lins e Claude Simon compreendiam o processo de escritura como uma luta. Luta contra a linguagem instituída e a percepção caótica que se tem do mundo. Combate que, de algum modo, representa a revolta humana contra o não-sentido, a tentativa de reunir e recriar os fragmentos dispersos da realidade em um conjunto significativo que reflita certa unidade. Contudo, não se trata de uma unidade apolínea, fechada, mas dionisíaca, barroca, que somente pode ser contemplada considerando-se os elementos apreendidos em sua totalidade, não individualmente. É, sobretudo, nesse sentido que associamos as ficções desses escritores à bricolagem, trabalho artesanal que reporta à ideia de unidade heterogênea. Além disso, a concepção de Osman Lins e de Claude Simon da escritura literária como uma atividade manual também pode ser aproximada do ofício dos bricoleurs. Ambos os escritores são marcados pela enfatização dos procedimentos de escrita em lugar da fábula, o que deixa margem para que o texto seja tomado pelo jogo lúdico contido no erotismo da linguagem, na escritura fragmentária entrelaçando-se, procurando superar a condição de descontinuidade dentro da unidade global do texto.