Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
NASCIMENTO, Daniel Monteiro do |
Orientador(a): |
FERREIRA, Jonatas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55254
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Resumo: |
No Brasil, desde 2013, observa-se uma crescente visibilidade midiática e acadêmica de um conjunto de práticas comunicativas “tipicamente” brasileiras, popularmente conhecido como “huerage”. A huerage pode ser vista, em especial, nas interações sociais nos jogos computacionais multiusuários on-line (JCMO) e em seus serviços e ambientes on-line, mas também nas principais plataformas digitais e redes sociais, sobretudo, as utilizadas por grupos formados por pessoas interessadas em produtos da cultura pop e da cultura geek. De fato, alguns textos jornalísticos, de infoentretenimento e científicos relacionam a huerage a uma particular modalidade de humor brasileiro na internet, chamada de "zuera", e à trolagem (trote on-line), ora de maneira criativa, ora de modo problemático. Isto é, piadas, brincadeiras, críticas sarcásticas, troça, atitudes antiéticas e comportamentos disruptivos que abordam tanto conhecimentos e experiências partilhadas sobre os JCMO quanto temas sensíveis, assuntos do cotidiano e midiáticos, bem como certos conceitos atribuídos à noção de brasilidade, entre eles a cordialidade, a malandragem, o jeitinho brasileiro e o viralatismo cultural. A partir da análise de discurso crítica de textos encontrados em fórum de discussão on-line de JCMO, sobretudo, no fórum on-line brasileiro e oficial de League of Legends e também em textos publicados em portais de notícias e blogues brasileiros, esta tese busca compreender como as/os gamers brasileiras/os apreendem e expressam a huerage, apropriando-se, assim, das noções de trolagem, identidade gamer e de brasilidade. Neste sentido, percebe-se a necessidade de refletir acerca da colonialidade videolúdica: uma faceta do processo de colonialidade que se manifesta, principalmente, pela normalização de um contexto empresarial de consumo de jogos computacionais de alto custo voltados para um público-alvo formado, sobretudo, por homens. Por fim, conclui-se que a huerage materializa-se a partir de apropriações linguísticas e tecnológicas que buscam, ora aumentar a diversão e provocar o riso a todo custo, ora manifestar afirmação identitária, proteção individual e resistência coletiva nas comunidades on-line brasileiras voltadas para os JCMO. |