Tecnologia micorrízica para produção de mudas de espécies florestais com potencial para reflorestamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: SOUSA, Natália Mirelly Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18548
Resumo: A Mata Atlântica sofre intensas pressões antrópicas que têm posto em risco sua capacidade de prover importantes serviços ecossistêmicos. Atualmente, mais de 90% da área de abrangência dessa floresta foi devastada e atividades de recuperação têm sido incentivadas utilizando, no reflorestamento, espécies nativas que se apresentem resistentes e com capacidade para superar estresses pós transplantio. Diante disso, para testar a hipótese de que espécies florestais (pau-brasil-Caesalpinia echinata, moringa-Moringa oleífera e pau-ferro-Libidibia ferrea) de diferentes estágios de sucessão são beneficiadas com a micorrização com incrementos no crescimento e captação de CO2, objetivou-se determinar os efeitos da associação com FMA no crescimento de mudas de espécies utilizadas no reflorestamento da Mata Atlântica. Três experimentos foram conduzidos em telado em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial. Para pau-brasil e moringa, os tratamentos foram (2×3): adubação (com ou sem resíduo verde (5%) resultante da compostagem de troncos de árvores), controle sem inoculação-FMA Nativos (NI), inoculados com Claroideoglomus etunicatum (Ce) e Acaulospora longula (Al) e 8 repetições. Para pau-ferro (2×4): plantas Diplóides e Tetraplóides e os tratamentos (Controle absoluto - solo desinfestado e não inoculado); Controle relativo-FMA Nativos (solo não desinfestado e não inoculado), inoculação com Ce ou Al, com 8 repetições. No solo foram determinados: diversidade e infectividade; taxa de colonização e número de glomerosporos (antes e ao final dos experimentos); biometria das plantas, área foliar, biomassa fresca da parte aérea e da raiz; teor nutricional, trocas gasosas e eficiência fotossintética. Foram registradas 32 espécies de FMA e potencial médio de infectividade de 33 propágulos cm3 solo-1. No solo sem resíduo, mudas de pau-brasil associadas a Ce, tiveram maior área foliar (62,65 cm2) que os demais FMA; com exceção da matéria fresca da raiz, as demais variáveis de crescimento apresentaram maiores valores com a adição de resíduo; a assimilação de CO2 (A: 4,99 umolCO2 m-2.s-1) e eficiência do uso de água (EUA: 4,17 umol.mmol-1) foram mais elevadas nas mudas cultivadas em solo e associadas a Ce do que nos demais tratamentos com FMA enquanto no solo com resíduo os FMA nativos contribuíram para aumentar a A (4,24 umolCO2 m-2.s-1) e EUA (4,00 umol.mmol-1); o número de glomerosporos não foi alterado enquanto a colonização por Ce foi estimulada pela adição do resíduo. Para a moringa, a adição de resíduo contribuiu para o aumento do diâmetro do caule (5,84-5,69 mm2) e matéria fresca (7,76-9,03 g) e seca (3,85-3,54 g) da parte aérea em todos os tratamentos com FMA enquanto reduziu a produção de raízes nas mudas associadas a Ce (4,09 g); no solo a inoculação com FMA introduzidos contribuiu para o aumento nas trocas gasosas Ce (A:12,24 umolCO2 m-2.s-1; E:7,59 mmol.m-2.s-1; gs: 0,04 molm-1.s-1 ). Al (A:10,33 umolCO2 m-2.s-1; E:6,99 mmol.m-2.s-1; gs: 0,15 molm-1.s-1) enquanto reduziu a eficiência no uso da água (Al: 1,47 umol.mmol-1; Ce: 1,66 umol.mmol-1) em relação aos FMA nativos. Plantas diploides de pau-ferro foram beneficiadas pela inoculação de forma semelhante quando associadas aos FMA nativos e introduzidos; as tetraploides tiveram maior área foliar (18,69 cm2) com a inoculação com Al em relação a Ce. As taxas de assimilação de CO2 (7,67 umolCO2 m-2.s-1) e transpiração (2,26 mmol.m-2.s-1) foram maiores nas plantas diploides associadas a Ce e a atividade fotossintética foi similar, independentemente da ploidia. Assim, recomenda-se para a produção de mudas de estágio de sucessão primário (moringa) e secundário tardio (pau-brasil) a combinação de resíduo orgânico em solo não esterilizado com alta diversidade de FMA. Plantas de estágios iniciais de sucessão aproveitam mais os benefícios da associação com FMA do que as de estágio sucessionais superiores. Plantas tetraploides de pau-ferro aproveitam mais dos recursos fotossintéticos decorrentes da associação com os FMA do que as diploides.