As faces de Hela: sobre o feminino na necrópole
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Antropologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18474 |
Resumo: | Quando do surgimento dos primeiros cemitérios públicos no Brasil, uma personagem marcante - presente em grande quantidade nos pomposos cortejos fúnebres oitocentistas - se fez representar na pedra. Estas personagens foram figuras femininas, largamente representadas nas sepulturas, estando ligadas a valores, ideais, emoções e apresentandose sob diversas formas e trejeitos, inspirados, sobretudo, em um estilo neoclássico. Contudo esta onipresença do feminino nas necrópoles fundadas em meados do século XIX contrasta com a ausência das mulheres de carne e osso na vida pública das províncias, sendo guiadas basicamente pelo discurso e modo de ver masculino, que as restringiam ao âmbito do lar. Cabe a esta dissertação, portanto, identificar as muitas formas de representação do feminino na necrópole de Santo Amaro (entre 1870 e 1930), considerar a relação entre elas, o cotidiano e os discursos das elites sobre os “papeis sociais das mulheres”. Assim, procuro apresentar um espaço onde a iconografia feminina prosperou, dissertando sobre alguns motivos para tanto. Deste modo, no texto que segue, o leitor encontrará um pouco do cotidiano oitocentista do Recife, com seus contrastes de classe, raça e gênero; visualizará os aspectos fúnebres desta cidade em contraste com outras províncias do período e descortinará os dois lados, as duas faces da morte: o primeiro, aterrador, sofrível e pútrido e o segundo, aparente, belo e delicado que busca encobrir o primeiro. |