Sarcopenia em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador em um hospital universitário da cidade do Recife : prevalência e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: AMORIM, Geraldo José de
Orientador(a): SOUTO, Fabrício Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40264
Resumo: A Sarcopenia é uma complicação nutricional da Doença Renal Crônica (DRC) e está relacionada com aumento de morbidade, hospitalizações, fragilidade e aumento de mortalidade nesses indivíduos. A fisiopatologia da sarcopenia urêmica e sua ocorrência na população DRC em tratamento conservador é pouco conhecida. O objetivo desse estudo foi avaliar prevalência e fatores associados a sarcopenia em pacientes com DRC em tratamento conservador. O estudo transversal foi realizado no ambulatório de DRC conservador do Hospital das Clínicas da UFPE, no período de abril a outubro de 2019, após aprovação no comitê de ética. Foram incluídos pacientes acima de 18 anos, com mais de três meses de acompanhamento ambulatorial regular e estágios da DRC G3-G5, e excluídos os portadores de síndrome da imunodeficiência adquirida, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença hepática crônica, insuficiência cardíaca descompensada, cadeirantes e/ou pacientes com dificuldade de locomoção ou amaurose bilateral, história de internamento nos últimos 6 meses. Todos os pacientes foram avaliados durante sua consulta médica ambulatorial. Para o diagnóstico de sarcopenia foram utilizados os critérios do European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) 2019. A força muscular foi avaliada pelo Teste de Força de Prensão de Mão, a massa muscular por Bioimpedância Elétrica e a performance muscular pelo Teste de Caminhada rápida de 6 metros. Foram avaliados 139 pacientes, sendo 53,2% do sexo feminino, com idade média de 57±13,48 anos. A HAS foi a etiologia mais frequente com 42,4%, seguida de DM com 38,1%. A maioria dos pacientes eram do estágio G4 com 54,6%, seguido do G5 com 28%, G3b 15,1% e G3a com 2,87%. A prevalência de sarcopenia foi 20,9%, e sarcopenia grave 2,9%. Indivíduos classificados como sarcopênicos tiveram maior média de idade (64,83±13,48 anos vs 54,94±12,76 anos; p< 0,001), menores medianas de ângulo de fase (4.5(1.10) vs 5.6(1.20); p<0,001), menores medianas no teste de caminhada rápida (1.00(0.5) vs 1.40(0.42); p<0,001), e nos exames laboratoriais menores medianas de Creatinina sérica (2,4(1,5) vs 3,0(1,8); p:0,032), relação Albumina/Creatinina na urina (72,6(1008,3) vs 342,3(1172,1); p:0,039) e Hemoglobina (11,45(1,9) vs 12,6(2,4): p:0,003), e maiores medianas de PCRus (0,24(0,8) vs 0,03(0,28); p:0,045). Na análise bivariada não houve correlação estatística entre sarcopenia com sexo, etiologia e estágio da DRC, comorbidades, nível de atividade física, consumo diário de proteína, uso dos fármacos avaliados e citocinas inflamatórias. No modelo multivariado, após exclusão dos fatores confundidores, ângulo de fase (RP:0,36; IC 0,259-0,511; p<0,001), IL-6 (RP:1.006; 1,001-1,011; p:0,02) e creatinina sérica (RP:0,788; IC 0,641-0,969; p:0,024) se correlacionaram com a presença de sarcopenia. A prevalência da sarcopenia nos pacientes com DRC foi elevada e sua presença se correlacionou com menores valores de ângulo de fase e creatinina sérica e maiores níveis de IL-6.