Práticas de atenção à saúde da criança e do adolescente em tratamento de hanseníase: discursos de profissionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Joana D’arc Conceição Pinheiro de
Orientador(a): MONTEIRO, Estela Maria Leite Meirelles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34120
Resumo: A hanseníase possui um alto potencial incapacitante, principalmente quando atinge fases do crescimento e desenvolvimento humano como na infância e adolescência. As práticas de atenção à saúde quando realizadas com crianças e adolescentes são consideradas exitosas se possibilitarem a promoção da saúde, e a sua participação no processo de cuidado. Para Foucault, o cuidado relaciona saberes e práticas que favorecem as experiências históricas e culturais da vida dos seres humanos. O estudo tem como objetivo analisar as práticas de atenção à saúde realizadas por profissionais de saúde com crianças e adolescentes menores de 15 anos em tratamento da hanseníase, à luz dos pensamentos de Foucault. Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, qualitativa, realizada com 23 profissionais de saúde que atendiam crianças e adolescentes menores de 15 anos com hanseníase em unidades de saúde da família e em policlínicas, localizados em Recife-PE. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, gravadas, transcritas na íntegra e analisadas conforme a análise de conteúdo na modalidade temática. Para a organização e tratamento dos dados utilizou-se o software Atlas.ti (versão 8.0). Os resultados revelaram que os profissionais da atenção primária reconhecem como potencialidades nas práticas de atenção à saúde desenvolvidas com crianças e adolescentes menores de 15 anos em tratamento da hanseníase, o acolhimento realizado, destacando a necessidade da comunicação com a criança/adolescente e família, a disponibilização do tempo para o atendimento, como também da abordagem clínica com a solicitação de exames e o tratamento medicamentoso. Paralelamente, foram referidos alguns fatores limitantes das práticas em relação ao diagnóstico da doença e o atendimento/encaminhamento para profissionais especializados. As atividades de educação em saúde foram referenciadas como estratégias potencializadoras para o estabelecimento de uma relação de confiança entre o profissional e a criança e/ou adolescente e familiares, entretanto sua utilização foi restrita a uma orientação individualizada durante o atendimento. Os discursos dos profissionais sobre as práticas de atenção à saúde da criança e do adolescente em tratamento de hanseníase reconhecem limitações, que corroboram para as dificuldades no controle da doença, como uma atenção interdisciplinar, com ênfase ao protagonismo da criança e do adolescente em parceria com os familiares, para sua adesão ao tratamento prolongado, como também, ao enfrentamento de barreiras de isolamento reproduzidas ainda na atualidade pelo preconceito e estigma social.