O inferno verde: narrativas sobre risco, saúde e mortes nos canaviais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: NUNES, Danielle Milenne Príncipe
Orientador(a): CORDEIRO, Rosineide de Lourdes Meira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25969
Resumo: A expansão e a crescente modernização do agronegócio canavieiro brasileiro continuam atraindo a migração de nordestinos para o trabalho na colheita manual da cana-de-açúcar. A atual organização do trabalho tem como marca a precarização das condições de trabalho e a remuneração por produtividade. Diante desse contexto o presente trabalho teve como objetivo investigar experiências sobre trabalho, riscos, adoecimentos e morte nas narrativas de trabalhadores migrantes nordestinos, da colheita manual da cana-de-açúcar, do município de Santa Cruz da Baixa Verde – PE. Metodologicamente, fizemos uso da abordagem qualitativa tendo abordagem teórico-metodológica a narrativa. Os dados foram produzidos por meio de entrevistas narrativas individuais com trabalhadores migrantes do município de Santa Cruz da Baixa Verde - PE. A partir das narrativas dos trabalhadores pudemos entender que a decisão migrar para em busca de outra fonte renda acontece por diversos motivos, entre eles a precarização da agricultura familiar, a falta de oportunidade de conseguir uma colocação no mercado de trabalho local. Entendemos através das narrações que o ritmo acelerado do trabalho pode trazer riscos imediatos para a saúde do trabalhador com os acidentes de trabalho, mas também pode gerar um desgaste irreversível em longo prazo. No entanto identificamos que a noção de risco que aparece nas falas dos cortadores de cana está marcada pelo discurso médico e da segurança do trabalho que transfere para o trabalhador o gerenciamento dos riscos. E por fim, que o processo de trabalho e o pagamento por produção são responsáveis pelas mortes por excesso de trabalho, para que essas mortes sejam evitadas é necessário uma mudança no processo de trabalho nos canaviais e o fim do pagamento por produção.