Apodanthera congestiflora e Myracrodruon urundeuva: Investigação das propriedades biológicas em preparações brutas e produtos isolados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: VIDERES, Larissa Cardoso Corrêa de Araújo
Orientador(a): PAIVA, Patrícia Maria Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25242
Resumo: Myracrodruon urundeuva (Aroeira do sertão) e Apodanthera congestiflora são amplamente utilizadas pela população do nordeste do Brasil. Este trabalho teve como objetivo investigar atividades biológicas de preparações e metabólitos destas plantas. Extratos orgânicos da raiz de A. congestiflora foram avaliados quanto à constituição química, atividades antioxidante, citotóxica, hemolítica e antimicrobiana. As frações foram avaliadas quanto à constituição, citotoxicidade e atividade antimicrobiana. A cucurbitacina isolada foi investigada quanto à citotoxicidade. Valores de CI₅₀ para células cancerígenas variaram de 3,7 a 15,5 μg/mL (extrato hexânico) e de 18,02 a 32,0 μg/mL (acetato de etila). Na atividade hemolítica valores de CE₅₀ variaram de 594,1 a 1.087 μg/mL. As frações exibiram CI₅₀ entre 0,54 a 24,35 μg/mL. A cucurbitacina foi citotóxica para células cancerígenas e normais, promovendo em HL-60 apoptose, necrose secundária e despolarização da membrana mitocondrial. A concentração mínima inibitória (CMI) e a concentração mínima microbicida (CMM) dos extratos variaram de 0,23 a 15 mg/mL e 1,87 a 15 mg/mL, respectivamente. Valores de CMI e CMM para as frações variaram de 0,125 a 2,5 mg/mL e de 0,5 a 5 mg/mL, respectivamente. O extrato hidroalcoólico de A. congestiflora foi avaliado quanto à constituição, atividades antioxidante, hemolítica, citotóxica, toxicidade aguda, genotoxicidade e mutagenicidade. Identificou-se terpenos, alcalóides e baixa quantidade de compostos fenólicos. O extrato hidroalcoólico apresentou atividade antioxidante (CI₅₀ de 81,29 μg/mL- teste do ABTS e de 64,79 μg/mL- teste do DPPH), não apresentou atividade hemolítica e foi potencialmente citotóxico sobre células normais. Na toxicidade, o extrato não promoveu alterações em parâmetros fisiológicos, bioquímicos e hematológicos. Adicionalmente, não foi genotóxico ou mutagênico. Extratos, frações protéicas e lectinas de cerne (MuHL), entrecasca (MuBL) e folha (MuLL) de M. urundeuva foram avaliados quanto às atividades citotóxica, hemolítica, genotóxica e mutagênica in vitro. Estes extratos e frações inibiram de 2,6 a 55% e de 3,8 a 63,3% a viabilidade de células cancerígenas, respectivamente. Extratos e frações proteicas apresentaram fraca citotoxicidade sobre linfócitos (inibição entre 3,81% e 17,58%). MuBL, MuHL e MuLL reduziram a viabilidade de células cancerígenas variando de 10,51% a 42,36%, 6,35% a 62,56% e 26,8% a 68,2%, respectivamente. MuBL, MuHL e MuLL mostraram CI50 sobre linfócitos de 58,41, 43,19 e 62,28 μg/mL, respectivamente, e percentual de hemólise variando de 0 a 11,6. No ensaio cometa a frequência de danos promovida por MuBL, MuHL e MuLL na maior concentração foi 33,5%, 35,67% e 65,2%, respectivamente. O número de micronúcleos na maior concentração foi 7,91, 7,41 e 8,91 para MuBL, MuHL e MuLL, respectivamente. O trabalho revelou que 1) extratos da raiz de A. congestiflora são agentes antimicrobianos e extratos, frações orgânicas bem como a cucurbitacina isolada são citotóxicos sobre células cancerígenas; 2) o extrato hidroalcoólico da raiz de A. congestiflora é fonte de compostos antioxidantes sem efeitos sistêmicos tóxicos ou dano ao DNA; 3) lectinas de M. urundeuva não promovem danos a eritrócitos, são potencialmente citotóxicas a linfócitos humanos, com fraca genotoxicidade e ausência de mutagenicidade. Também foi definido que extratos, frações proteicas e lectinas de M. urundeuva apresentaram fraca ou moderada citotoxicidade para células cancerígenas.