Violência, medo e (não) reconhecimento: A percepção social da pobreza nas classes médias na cidade do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: França, Márcio Abreu de
Orientador(a): Ratton Júnior, José Luiz de Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9210
Resumo: Este trabalho busca contribuir para a discussão sobre a teoria do reconhecimento social e sua noção de solidariedade calcada na atribuição de estima e valor social, através da aplicação deste aparato conceitual em um contexto urbano violento. Para tanto, colocou-se como problema a percepção social da pobreza entre pessoas de classe média na cidade do Recife. Considerou-se a hipótese de que entre pessoas de classe média persiste uma associação causal entre a condição de pobreza e a violência urbana. Entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010 foram entrevistadas 10 pessoas de classe média e moradoras de bairros considerados de classe média. A análise das entrevistas aponta para um discurso que associa a condição de pobreza à violência urbana. A conclusão do trabalho conduz à caracterização do medo da violência como principal catalisador no processo de atribuição de periculosidade à pobreza. Na ótica da teoria do reconhecimento, a associação de determinados tipos de crime com as classes sociais inferiores faz emergir a relação de reconhecimento/não-reconhecimento que fundamenta a solidariedade nas sociedades modernas. Tal percepção da pobreza, que opera no plano simbólico, ajuda a delimitar as fronteiras morais que separam uma classe social da outra, isto é, contribuem para a visibilidade das distinções de classe. A conformação de um rótulo (―classe perigosa‖) imprime à condição de pobreza uma qualidade que também a posiciona moralmente (e, nesse caso, inferiormente) em relação às outras classes sociais