Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
CARNEIRO, Maíra Izzadora Souza |
Orientador(a): |
SILVA, Kátia Karina do Monte |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15463
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Resumo: |
O treino motor é uma abordagem amplamente difundida capaz de induzir neuroplasticidade e consequentemente promover recuperação funcional. Outras técnicas capazes de induzir plasticidade são as estimulações cerebrais não invasivas. Nos últimos anos, tem-se buscado associar técnicas de estimulação cerebral não invasiva (ECNI) às técnicas comportamentais a fim de aumentar os ganhos motores propiciados pelo treino motor. Entretanto, a evidência dessa associação ainda não está totalmente. A presente dissertação apresenta dois artigos originais realizados com a finalidade de avançar no estudo do uso associado das ECNIs com o treino motor. O primeiro estudo trata-se de uma revisão sistemática com metanálise que teve como objetivo sumarizar e avaliar a evidência da eficácia das ECNIs no aumento dos efeitos do treino motor em indivíduos saudáveis e pacientes neurológicos. Vinte artigos foram incluídos na metanálise e o efeito combinado mostrou um aumento significativo nos escores da função motora a favor da estimulação cerebral não invasiva bihemisférica nos hemisférios lesado e não lesado de pacientes pós-AVC (diferença de média padronizada [DMP]= 0,74, 95% de intervalo de confiança [IC]=0,30-1,18; p=0,0009). Em adição, efeitos similares foram observados para a ECNI excitatória na função motora de pacientes com doença de Parkinson (DMP=1,91, 95% IC=0,81-3,00; p=0,0007), para pacientes com leucoaraiose (DMP=3,68, 95% IC=2,04-5,32; p<0,0001) e para pacientes com lesão medular (DMP=3,84, 95% IC=2,25- 5,43; p<0,00001). Não foi possível realizar metanálise com os indivíduos saudáveis. Em conclusão, o primeiro estudo aponta pela primeira vez, evidência da eficácia das ECNIs em aumentar os efeitos do treino motor em pacientes neurológicos. O segundo estudo trata-se de um ensaio clínico randomizado, sham controlado e duplo-cego realizado com pacientes pós-AVC crônico, cujo objetivo foi avaliar a eficácia de 10 sessões diárias de estimulação transcraniana por corrente contínua bihemisférica (ETCCbi) associada a cinesioterapia sobre a função motora. 18 pacientes pós-AVC crônico foram alocados em dois grupos: (i) grupo ETCCbi (GE) submetido a sessões de 20 minutos de ETCCbi, no qual o ânodo foi posicionado no hemisfério ipsilesional e o cátodo no hemisfério contralesional e (ii) grupo controle (GC) submetido a sessões de ETCCbi sham com a mesma montagem de eletrodos. Após a estimulação, os pacientes de ambos os grupos foram submetidos diariamente a 45 minutos de cinesioterapia. Como desfecho primário, a recuperação funcional do membro superior foi mensurada através da Escala de avaliação de Fugl-Meyer – EFM. Já como desfechos secundários, a destreza manual, força e espasticidade do membro superior foram avaliadas, respectivamente, através da (i) Motor activity log – MAL 30 e (ii) Teste da caixa e blocos - TCB, (iii) dinamometria e (iv) Escala modificada de Ashworth - EMA. As avaliações foram realizadas antes do início do tratamento (pré-intervenção), após as 10 sessões (pós-intervenção), após 30 dias (follow up 1) e 90 dias (follow up 2) do final das sessões. ANOVA 2x4 e o teste de Friedman revelaram semelhanças no comportamento dos grupos ao longo do tempo para EFM (F=17,493, p=0,000) e MAL-30 (p=0,000), respectivamente. Comparado aos valores préintervenção, o post-hoc teste para EFM aponta que houve diferença significatica nos valores pós-intervenção, follow 1 e 2 para os dois grupos. No entanto, para MAL-30, a diferença permaneceu até o follow up 2 apenas no grupo submetido a ETCCbi. Os escores da EMA foram reduzidos pós-intervenção apenas no GC. Para os demais desfechos não houve diferença inter-grupos e intra-grupos. Em conclusão, os resultados do segundo estudo sugerem que a ETCCbi não aumenta a magnitude dos efeitos da cinesioterapia, mas parece prolongar os ganhos motores. |