Sentidos em disputa sobre o hospital na atenção em saúde mental por estudantes de psicologia em Recife
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50531 |
Resumo: | A instituição hospitalar ocupa um importante lugar na assistência em saúde mental. Historicamente esteve presente de formas diferentes (hospital psiquiátrico/ hospital geral) e com participações diversas nos serviços ofertados na rede de saúde mental. Tais características propiciaram um espaço para que sentidos fossem construídos e consolidados em relação ao seu papel na assistência. Essa pesquisa teve como objetivo analisar os sentidos da atenção hospitalar na assistência à saúde mental para estudantes de graduação em psicologia, partindo do princípio que é pertinente a compreensão de como esses sujeitos percebem a temática, pois em breve estarão no mercado de trabalho como profissionais. Participaram da pesquisa cinquenta e um estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação em Psicologia no município de Recife/PE, respondendo questionário on-line sobre o assunto. O conceito de dispositivo preconizado por Foucault e o entendimento do discurso como prática, entrelaçado às relações de poder e sociais, nortearam a discussão do material reunido, cujo tratamento e análise foram apoiados na Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Foi identificado que a instituição hospitalar se encontra em disputa no campo discursivo, com referências a aspectos associados à luta antimanicomial e indicações de conteúdos que podem ser associados ao paradigma manicomial. Entendemos que a Contrarreforma Psiquiátrica em curso no Brasil pode estar sustentando esse campo em disputa. A participação da psicologia na assistência em saúde mental desde o hospital também aparece em tensão. Ora este núcleo de saber é apresentado como guardião de processos humanizados junto à população, como acolher, escutar. Ora a atuação de psicólogas/os parece reduzida ao clássico setting terapêutico da psicologia clínica A formação em psicologia tem diante de si a tarefa de buscar afastar-se do ensino alinhado ao paradigma manicomial, para que as transformações preconizadas pelo Movimento de Reforma Psiquiátrica possam capacitar os profissionais em formação para atuação na rede de atenção em saúde mental. Recomenda-se que pesquisas futuras aprofundem conhecimentos sobre as práticas profissionais em torno da saúde mental no ambiente hospitalar. Investigações sobre concepções de sujeito usuário do hospital junto a profissionais de saúde também serão bem- vindas. |