| Resumo: |
As doenças e pragas podem constituir um fator limitante à exploração econômica de plantas, pois, causam danos às culturas, no cultivo e pós-colheita. Geralmente, o controle dos fitopatogénos e insetos ocorre através da aplicação de pesticidas sintéticos. No entanto, o uso excessivo e indiscriminado acarreta vários problemas. Por isso, a busca de formas alternativas para o controle tem sido estimulada. O objetivo foi investigar o potencial dos compostos bioativos presentes nas folhas de leguminosas contra microrganismos fitopatógenos e insetos-pragas de importância agrícola. O óleo essencial de Hymenaea courbaril var courbaril (Jatobá) foi obtido por hidrodestilação e os extratos orgânicos de Anadenanthera colubrina var. cebil (Angico) e Jatobá através da série eluotrópica com solventes orgânicos, utilizando o Soxhlet. Para composição fitoquímica, utilizou-se cromatografia gasosa acoplada à espectroscopia de massas (CG-EM) e cromatografia em camada delgada (CCD) para o óleo e extratos, respectivamente. Avaliou-se a atividade inseticida e antimicrobiana de ambbos. Para Tetranychus urticae (ácaro rajado) utilizou os ensaios de fumigação, ingestão e toxicidade, para Sitophilus zeamais (gorgulho do milho) avaliou-se a sobrevivência e fisiologia nutricional. O efeito antimicrobiano dos extratos foi avaliado em ambas as leguminosas, através da concentração mínima inibitória (CMI) e mínima bactericida (CMB), utilizando microdiluição em caldo contra: Acidovorax citrulli, Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum, Ralstonia solanacearum, Xanthomonas campestris pv. campestris, X. campestris pv. malvacearum e X. campestris pv. viticola, os melhores resultados seguiram para semi purificações. O extrato acetato de etila (EA), expressou melhor atividade para ambas espécies, foram realizados fracionamentos por cromatografia em coluna Sephadex LH-20 eluída com metanol. Subsequentemente, as frações foram analisadas em cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A análise do óleo, identificou 36 compostos, sendo 46,42% dos monoterpenos e 51,41% dos sesquiterpenos. Os bioensaios inseticidas indicaram que o óleo causou mortalidade significativa, promovendo danos fisiológicos ao S. zeamais. O valor de CL50 para T. urticae foi de 35,57 μL/mL; além disso, observou-se que a oviposição foi afetada negativamente. Para os extratos do Angico, o teste de fumigação de T. urticae e mortalidade para o S. zeamais, foi eficaz; no entanto, o extrato ciclohexano (CH) e EA causaram mortalidade significativa (p <0,05), mais de 50%. Nos testes de mortalidade com o ácaro rajado, os extratos CH e EA mostraram uma CL50 de 52,75 e 156,42 mg/mL. Ainda, no mesmo teste, pode-se observar que a oviposição foi suscetível a extratos. A análise da CCD revelou-se a presença de diversos compostos. Todos os extratos foram ativos sobre as bactérias. Porém o extrato de EA das duas espécies apresentou MIC variando de 0,78-3,12 mg/mL. As frações semi-purificadas do HPLC, apresentaram MIC e MBC 0,5 mg/mL contra X. campestris pv. campestris e A. citrulli para o Angico e MIC e MBC 0,5 mg/mL para X. campestris pv. campestris e X. campestris pv. malvacearum para o Jatobá. De acordo com os resultados, o óleo e os extratos das leguminosas possuem metabólitos com fortes potenciais antimicrobianos e inseticidas capazes de interferir e prejudicar o metabolismo dos mesmos, associando como potencial alternativa no controle de pragas e bactérias fitopatogênicas. |
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