Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Iraneide Pereira da |
Orientador(a): |
DOURADO, Débora Coutinho Paschoal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Administracao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29494
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Resumo: |
No percurso histórico houve modificações na relação estabelecida entre os sujeitos e o tempo. Neste sentido, busca-se nesta tese compreender a construção de sentido sobre a relação entre tempo de trabalho e tempo livre para os trabalhadores prestadores de serviços de hospedagem. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa pautada na proposta marxista da linguagem baseada notadamente em Bakhtin (2006). As discussões teóricas pautaram-se nas modificações ocorridas no processo sócio-histórico sobre as categorias tempo, tempo de trabalho e tempo livre e a influência da racionalidade econômica na construção social dessas categorias. Tal discussão foi complementada pelo debate sobre o trabalho no contexto da modernidade avançada, inclusive no setor de hospedagem. Utilizou-se como técnica de constituição do corpus de pesquisa a netnografia, pautada na análise da comunidade de fala “Escravos da Hotelaria”. A análise deste corpus baseia-se nos pressupostos bakhtinianos para Análise Crítica do Discurso. Os temas analisados dizem respeito às características do trabalho, condições de trabalho, relações sociais no trabalho, relação tempo de trabalho e tempo livre. Os resultados indicam uma identificação com trabalho precário que também aparece na categoria condições de trabalho. Nas relações sociais a busca pela humanização e reconhecimento são aspectos presentes nas interações estudadas. Finalmente, a relação tempo de trabalho e tempo livre explicita-se pelo foco no tempo de trabalho, crucial na racionalidade econômica e na lógica capitalista. Ressalta-se que a intensificação do tempo de trabalho interfere na vivência do tempo livre que se apresenta como um tempo para a recomposição das forças físicas, por meio do sono, para o retorno ao trabalho. Assim, os sentidos construídos sobre a relação estudada envolvem prazer, sofrimento, resistência pela ironia, busca pelo reconhecimento e humanização, centralidade do tempo de trabalho e negação do tempo livre, além da busca por liberdade e pela construção de uma vida autêntica fora do trabalho. O pressuposto de que, considerando as características do trabalho para o lazer de outras pessoas, relaciona-se com a construção de sentidos sobre sua relação tempo no trabalho e tempo livre foi corroborado, pois a intensificação e a centralidade do tempo de trabalho influenciam nas vivências do tempo livre, sendo este destinado basicamente apenas para a recomposição das condições físicas e psíquicas para retornar ao trabalho, afetando também a vivência dos demais tempo sociais, inclusive o tempo para família, fazendo-os reivindicar o direito ao tempo de viver a vida. |