Poder local e poder público : novas formas, novos agentes de mudança nas relações de uma Comunidade Indígena Macuxi em Roraima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MELO, Antonio Wéliton Simão de
Orientador(a): SCHRÖDER, Peter
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38047
Resumo: O objetivo desta tese é analisar e discutir as relações de poder na Comunidade Indígena de Napoleão, pertencente à etnia Macuxi, no Território Indígena Raposa Serra do Sol, enfatizando as mudanças ocorridas a partir da implantação e manutenção de infraestruturas públicas na localidade. Baseamos nossa análise em um estudo etno-histórico, utilizando de uma pesquisa qualitativa com a exploração de observações participantes e as narrativas dos moradores, e referenciados em estudos anteriores sobre os povos indígenas da bacia do Rio Branco. Destacamos a relação entre os moradores da comunidade e os funcionários públicos pertencentes à comunidade, que no contexto assumem o atributo de representação corporal do Estado. Correlacionamos as implicações, convergentes e/ou divergentes, da presença de infraestruturas públicas nas relações locais de poder e dos demais segmentos da comunidade, como agentes responsáveis pelas transformações sociais e mandamento. Em particular, a contribuição de professores de duas escolas locais, uma da administração estadual e outra municipal, além de outros funcionários públicos locais. Os relacionamentos que prosseguiram com a reestruturação do modelo administrativo tradicional, baseado no relacionamento de parentesco por afinidade ou consanguinidade, e devido à presença de servidores públicos, tornaram-se um requisito elementar para a liderança local. Uma constituição inconsciente da ordem do poder local baseada na influência do poder público versus o poder local, resultando finalmente em uma postura de união e resistência ao modelo étnico dos povos dessa região, que tendem a divergir politicamente a ponto de fragmentar as aldeias, por razões ideológicas políticas e/ou religiosas. Como parte importante dessa dinâmica, há a interação de membros e líderes de quatro denominações religiosas, duas associações de produtores locais e uma equipe de operadores de um grupo gerador de eletricidade, além da intervenção participativa de anciões e mulheres na constituição das relações políticas na comunidade.