Em busca de territórios autônomos: as práticas espaciais do movimento dos trabalhadores sem-teto na região metropolitana do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SANTOS, Otávio Augusto Alves dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10954
Resumo: Nesta dissertação, procuramos dialogar com a literatura da transformação social e com as teorias dos movimentos sociais, sobretudo aquelas de vertente crítica, no intuito de encontrar nas práticas de certos movimentos o conjunto de elementos necessários à uma transformação efetiva do espaço urbano. No extenso e diversificado leque de abordagens e perspectivas teóricas presente nos estudos sobre os movimentos sociais, procuramos retomar uma abordagem dialética materialista explicitamente atenta às noções de luta de classe e totalidade. A partir disso objetivamos identificar as diferentes “práticas espaciais” (tomando como pressuposto a ideia de que toda ação social tem seu rebatimento sobre a produção e organização do espaço) orquestradas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto de Pernambuco em sua atuação na Região Metropolitana do Recife. Depois disso, tentamos descobrir como e em que sentido essas práticas são capazes de promover mudanças efetivas no espaço urbano. Ao final, vimos que as práticas espaciais desempenhadas pelo MTST/PE − territorializações, ressignificações do espaço e construção de redes socioespaciais − sempre buscaram, primeiramente, conquistar melhores condições de vida para as famílias sem-teto mediante a construção de sua autonomia. Mas nesse mesmo percurso, essas práticas sempre transcenderam a esfera da reprodução, engendrando uma luta mais radical contra o modo hegemônico de produção do espaço. Dessa forma, o MTST/PE não apenas territorializou certos espaços, nem apenas ressignificou outros espaços, muito menos se limitou a construir redes socioespaciais, mas também promoveu um questionamento profundo da propriedade privada capitalista, dos discursos, regras, normas e instituições burguesas.