Avaliação do efeito genotóxico, mutagênico e teratogênico das plantas medicinais Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) e Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T. D. Penn. (Sapotaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: AMORIM, Érima Maria de
Orientador(a): XIMENES, Rafael Matos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41015
Resumo: As plantas medicinais, Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) e Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T. D. Penn. (Sapotaceae), conhecidas popularmente como aroeira-do-sertão e quixabeira são amplamente utilizadas para tratar inflamações e infecções do trato genital feminino, problemas estomacais e cicatrização de feridas. Apresentando propriedades descritas na literatura como ação gastroprotetora, anti-úlcera, anti-inflamatória e antimicrobiana. Apesar dos muitos usos na fitoterapia tradicional, existem poucos relatos dos seus efeitos tóxicos-genéticos e teratogênicos. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi investigar os efeitos genotóxicos e mutagênicos in vivo do decocto das folhas de M. urundeuva e S. obtusifolium em células somáticas de Drosophila melanogaster, por meio do ensaio cometa e do teste de mutação e recombinação somática (SMART), além do potencial teratogênico em ratas Wistar. Os decoctos foram caracterizados por UPLC-ESI-qTOF-MS/MS e foram encontrados fenóis, flavonoides e saponinas, além de um derivado aminoácido não-proteico. O ensaio cometa foi realizado em hemócitos de D. melanogaster, linhagem Oregon-R, estudados após a alimentação dos indivíduos por 24 horas em meio de cultura hidratado com seis diferentes concentrações de cada um dos decoctos (0,5; 1,0; 2,0; 4,0; 8,0 e 16,0 mg/mL). Os resultados foram comparados com o grupo controle negativo (água destilada) e controle positivo (Ciclofosfamida, 1 mg/mL). No SMART, os organismos descendentes dos cruzamentos entre as linhagens de D. melanogaster mwh e flr³ foram submetidos às mesmas concentrações, de ambas as plantas, e os resultados foram comparados com o grupo controle negativo (água destilada) e controle positivo (Doxorrubicina, 1,0 mg/mL). Para avaliar o potencial teratogênico, ratas Wistar prenhas receberam, na fase de organogênese (6º ao 15º dia pós-coito), as doses de 250, 500 e 1000 mg/kg dos decoctos, por via oral, sendo os resultados comparadas ao grupo controle negativo (água potável). No 21º dia de gestação, as fêmeas foram eutanasiadas em câmara de CO₂ e submetidas à laparotomia, para avaliação da performance reprodutiva. Os fetos foram avaliados quanto à embriofetotoxicidade, análise de anomalias e/ou malformações externas e internas. No ensaio cometa, todas as concentrações dos decoctos das folhas das plantas em estudo causaram efeito genotóxico. Os resultados foram corroborados pelo SMART, que demonstrou efeito mutagênico dos decoctos, em todas as concentrações testadas. No entanto, os decoctos nas doses testadas (250, 500 e 1000 mg/kg), não causaram embriofetotoxidade, nem teratogenicidade na prole. O conjunto de resultados indica que os decoctos de folhas de M. urundeuva e S. obtusifolium têm efeito genotóxico e mutagênico para D. melanogaster, mas não foram tóxicos para ratas Wistar, nem para sua prole, de acordo com os parâmetros e condições avaliados.