Osmofobia e cefaleias em crianças e adolescentes : prevalência, fatores associados e importância no diagnóstico da migrânea
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38394 |
Resumo: | Cefaleia é o distúrbio neurológico mais frequente, e o tipo de dor mais comum na faixa pediátrica. O diagnóstico correto das cefaleias nas crianças mais novas pode ser um desafio já que este é eminentemente clínico e depende da correta informação sobre os sintomas. Este estudo tem como objetivos a avaliação da osmofobia durante a crise de cefaleia e no período intercrítico; de relacionar os odores como desencadeantes de cefaleia em crianças e adolescentes; e verificar a utilidade da osmofobia para o diagnóstico de migrânea, bem como as características da migrânea mais associadas, e se há relação com gravidade da migrânea. Trata-se de um estudo transversal, em unidade de pediatria geral, em que pacientes foram consecutivamente entrevistados a respeito de crises de cefaleias ocorridas nos últimos 12 meses. Foram usados questionário semiestruturado, escala de visual para intensidade de dor, escala de impacto da cefaleia (PedMIDAS) e escalas de ansiedade (IDATE) e depressão infantil(CDI). Trezentos individuos apresentaram queixas de cefaleia, sendo 253 (84,3%) com migrânea e 47 (15,7%) pacientes com cefaleia tipo tensional. Cento e trinta e sete pacientes tinham osmofobia durante os ataques de cefaleia (45,7%), 2 (1,5%) destes tinham cefaleia tipo tensional provável e 135 (98,5%) eram migranosos. A osmofobia esteve significativamente associada à cefaleia de maior intensidade, à maior duração das crises da cefaleia e a presença de vômitos durante o ataque de cefaleia . A sensibilidade e especificidade da osmofobia para diagnóstico de migrânea foram de 53,4% e 95,8%. O valor preditivo positivo e o valor preditivo negatico foram de 98,5% e 27,6% e acurácia de 60%. Quarenta e dois (14%) pacientes tiveram osmofobia entre os ataques de cefaleia, e todos eram migranosos. A sensibilidade e especificidade para diagnóstico de migrânea foram de 16,6% e 100%; a especificidade foi de 100%, o valor preditivo positivo e o valor preditivo negativo foram de 100% e 18,2%. Sessenta e dois (20,7%) pacientes apontaram odores como sendo um desencadeador de seus ataques de cefaleia, todos eram migranosos. A sensibilidade e especificidade de odores como desencadeadores de crises de cefaleia para diagnóstico de migrânea foi de 24,5% e 100%; o valor preditivo positivo e o valor preditivo negativo foram de 100% e 20%. Odores como desencadeandes de cefaleia estiveram associados à maior intensidade, à maior duração das crises da cefaleia, à vômitos e fonofobia. Perfumes, produtos de culinária e produtos de limpeza foram os odores mais acusados de desencadear cefaleia neste estudo. Pacientes com maior frequência de crises, com fonofobia e osmofobia associados tiveram significativamente maior impacto da cefaleia, enquanto maior frequência e duração dos ataques de cefaleia e a osmofobia durante a dor estiveram associados à procura por serviço de emergência. Desse modo, concluímos que houve forte associação de migrânea com crises de cefaleia desencadeadas por odores e com osmofobia intercrises. A osmofobia esteve associada a maior impacto na vida do paciente e procura por emergência devido a crises de maior gravidade. Assim, a osmofobia mostra ser útil para o diagnóstico e prognóstico de migrânea. |