Avaliação in vitro da atividade imunomoduladora, antioxidante e antifibrótica de derivados tiazolidínicos como perspectiva de tratamento para esclerose sistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: GOMES, João Victor de Melo
Orientador(a): PITTA, Maira Galdino da Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51847
Resumo: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune que tem como pilares vasculopatia, autoimunidade e fibrose desregulada, sendo seu tratamento focado no controle dos sintomas e prevenção de complicações, pois não há cura. As tiazolidinedionas são uma classe de fármacos que ativam o receptor ativado por proliferador de peroxissoma-gama (PPARy) e possuem ação anti-inflamatória, antifibrótica e antioxidante, sendo possíveis agentes terapêuticos para a ES. O trabalho possui o objetivo de avaliar as atividades imunomoduladora, antifibrótica e antioxidante dos derivados tiazolidínicos LPSF/JB-3 e LPSF/JB-20, possíveis agonistas do PPARy, com análise de suas propriedades farmacocinéticas. A análise in silico das propriedades farmacocinéticas do LPSF/JB-3 e LPSF/JB-20 ocorreu pelo SwissADME. A linhagem 3T3-L1 foi utilizada para os ensaios de citotoxicidade pelo MTT, diferenciação adipogênica induzida por coquetel de estímulo (CE) com os derivados para coloração de lipídeos pelo Oil Red O e avaliação de expressão gênica de PPARy por RT-qPCR. Em cultura de células mononucleadas do sangue periférico (PBMC) de voluntários saudáveis estimuladas com fitohemaglutinina (PHA) e tratados com os derivados foi avaliado a atividade imunomoduladora por ELISA sanduíche. Com fibroblastos de pele de um voluntário saudável foram avaliados a atividade antioxidante após estimulação com peróxido de hidrogênio (H202), então tratadas e marcação de espécies reativas de oxigênio (ROS) pela sonda DHE, já avaliação antifibrótica pela marcação de COL1A2 e pSmad2/3 ocorreu após estimulação com TGF-β e tratamento in vitro. A análise in silico mostrou que os derivados LPSF/JB-3 e LPSF/JB-20 possuem absorção pelo trato gastrointestinal e não sofrem efluxo pela glicoproteína-P. Pelo druglikeness mostrou que os derivados respeitam a regra de Lipinski. A predição prevê que os derivados possuem probabilidade de ligação com PPARy. Os derivados não apresentaram atividade citotóxica nas concentrações testadas (10μM, 25μM e 50μM) na linhagem 3T3-L1. O tratamento com CE + LPSF/JB-3 (10μM) (**p= 0,0076), CE + LPSF/JB-20 (10μM e 25μM) (**p= 0,0033 e ***p= 0,0003) apresentou maior conteúdo lipídico (%) que o grupo CE. O grupo CE + rosiglitazona (RSG - 10μM) comparada com CE + LPSF/JB-3 (10μM, 25μM e 50μM) e CE + LPSF/JB-20 (10μM) não diferiram significativamente no conteúdo lipídico relativo, mas CE + LPSF/JB-20 (25μM) (**p= 0,0069) acumulou mais lipídeos que CE + RSG. Foi observado que células 3T3-L1 tratadas apenas com CE (*p= 0,0412) tiveram maior expressão, significativa, de RNA mensageiro de PPARy do que células tratadas com CE + RSG, CE + LPSF/JB-3 (10μM, 25μM) e CE + LPSF/JB-20 (10μM, 25μM). O sobrenadante de PBMC tratado com LPSF/JB-20 (50μM) reduziu os níveis de IFNy (**p= 0,0079) em comparação com a PBMCs apenas estimuladas com PHA. Porém, os derivados não reduziram os níveis de IL-1β, IL-6 e IL-13. Em fibroblastos foi observado que o LPSF/JB-3 (25μM) reduziu significativamente a marcação de pSmad2/3 (*p= 0,0197) e COL1A2 (*p= 0,0212) e reduziu a marcação de ROS quando comparado com grupo H202 (*p= 0,0463). Conforme os resultados, é sugerido que o LPSF/JB-20, apresente atividade imunomoduladora, o LPSF/JB-3 possua atividade antifibrótica e antioxidante, e ambos derivados com potencial atividade de ligação com PPARy.