Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA, Crismanda Maria |
Orientador(a): |
AMARAL, Ângela Santana do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Servico Social
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54734
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Resumo: |
Esta tese trata das inflexões nas perspectivas político-organizativas da Central Única dos Trabalhadores (CUT).Analisa as tendências postas em suas posições, estratégias e práticas frente ao acirramento do neoliberalismo no Brasil no contexto de derrocada dos Governos do Partido dos Trabalhadores (PT) mediante o que se denominou de um golpe de Estado de novo tipo e da ascensão da extrema direita, e seus rebatimentos sobre a condição do trabalho no país (2016-2022). Com base na teoria social crítica e no método marxiano, os aspectos históricos e teóricos foram articulados por meio de dois procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, direcionada à caracterização da conjuntura brasileira e os impactos das mudanças operadas no mundo do trabalho, na conformação da classe trabalhadora e no Estado nas formas de organização política, notadamente sindical; e pesquisa documental, voltada aos documentos sindicais produzidos pela CUT. A argumentação central levantada é a de que o movimento sindical brasileiro foi impactado por expressivas mudanças, sobretudo frente às alterações na estrutura produtiva e na organização do trabalho mediante a crise e ofensiva neoliberal-conservadora. Esse processo nos leva a um cenário de desafios complexos para o adensamento das capacidades de organização coletiva, já prevalecentes desde o ataque à organização sindical orquestrado como parte da resposta à crise orgânica capitalista. A CUT precisou reconfigurar sua posição e estratégia, uma vez que, com o declínio na política institucional do seu aliado histórico, o PT, passou ao campo da oposição à política posta em curso por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Diante disso, problematizamos que o que pautou a morfologia do movimento sindical, em especial da CUT, não foram somente as movimentações no mundo do trabalho, mas aquelas que transcorreram na esfera do Estado sob a direção dos governos progressistas e do próprio declínio “neodesenvolvimentista”. Os resultados encontrados possibilitam apreender que a movimentação que alterou o governo também alterou a postura da CUT, configurando enquanto tendência uma tentativa da central sindical de intervir no debate político, alçando refazer-se para pôr-se em movimento e criar uma reação às fragilidades impostas ao sindicalismo no século XXI. Ademais, entendemos que a dificuldade de diálogo com uma classe trabalhadora ampliada, submetida ao processo de deterioração do trabalho e atravessada pelo impulso individualizante que subjaz a racionalidade neoliberal, aporta ao sindicalismo cutista a necessidade de repensar suas práticas políticas e organizativas, afirmando o anseio de renovação de demandas, conectando a resistência à exploração econômica com as rebeldias contrárias à expropriação política. Contudo, pós-golpe, essa organização confrontou- se com a perda de sua força, expressando a crise de representatividade, como as dificuldades de convocação naquele contexto e de encontro com as novas movimentações da classe comprovam. Em que pese esses elementos, com contradições e limites, a pesquisa revelou que há uma inflexão no sindicalismo cutista no sentido de conformar um esforço de mudança na atuação como respostas aos desafios imediatos colocados no novo contexto. Ainda que o ideário do possível retorno a um padrão de “desenvolvimento com inclusão social” com via político- eleitoral continue conformando o seu horizonte político-estratégico. |