Seguindo associações sociotécnicas sob a luz da teoria do ator-rede: uma tradução da pedagogia da alternância para rotinas e tecnologias sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Valadão, José de Arimatéia Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12269
Resumo: As Tecnologias Sociais (TS) têm sido consideradas soluções viáveis à resolução dos problemas sociais e econômicos das comunidades de baixa renda, principalmente, por envolver as próprias comunidades no desenvolvimento da tecnologia. A justificativa do sucesso das TS se dá devido adoção, diferente dos empreendimentos tecnológicos anteriores, dos processos de adequação sociotécnica que permitem o envolvimento de todos os interessados. Críticas, contudo, têm mostrado que as dificuldades ainda continuam ao adequar as TS às demandas e necessidades das comunidades atendidas. O estudo partiu da tese de que essas dificuldades se dão, pois, as bases sociotécnicas em que se baseiam as implementações e reaplicações das TS, visando mudanças e transformações sociais não são unicamente causas, mas também os próprios efeitos das translações dos atores-redes envolvidos com essas TS. Essa argumentação foi baseada na Teoria do Ator-Rede (TAR). O caso empírico escolhido foi a Pedagogia da Alternância (PA). A PA é um caso muito peculiar de educação do campo no Brasil, tendo um número significativo de Centros Educativos no País na atualidade. O Governo do Estado de Rondônia, no início de 2011, propôs a PA como política pública a ser universalizada para todo o Estado. O estudo consistiu em analisar como as bases sociotécnicas originárias de uma TS como a PA são transladadas em rotinas geradoras de mudanças e transformações sociais. Os procedimentos metodológicos foram realizados em duas fases. Uma que consistiu em acompanhar a implementação da PA ao longo de sua história, para isso foram realizadas análises de documentos e entrevistas. E outra fase que consistiu em acompanhar a disseminação da PA no estado de Rondônia, sendo realizadas entrevistas, análises documentais e observação participante. Além de adotar a simetria generalizada como base epistemológica, a análise foi realizada por meio da identificação e acompanhamento de translações. A principal conclusão do estudo é que a PA não se apresentou como “produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis” que “causam transformações sociais”. Pelo contrário, a PA fez parte das mudanças realizadas pelas associações de atores, sendo vista como um conjunto de inscrições definidas e implementadas por cada associação resultante de suas próprias translações. Não foi identificada reaplicação da PA, pois a mesma foi uma implementação específica de cada associação, por mais que as inscrições e nomenclaturas resistissem ao transladar de uma associação à outra. Foi preciso considerar o ‘implementar’ somente sentido de ‘realizar’, ‘executar’, ‘por em prática’, pois cada associação realizou e dinamizou seus próprios objetivos e interesses de maneira coletiva e negociada. Os processos rotineiros que permitiram definir a PA foram efeitos das ações dos atores que influenciaram no delineamento de cada associação. Os atores, ao articularem passado e futuro, tanto para assegurar suas realizações, como para alcançar seus objetivos, fossem gerais ou específicos, mantiveram processos rotineiros, em estados performativos e ostensivos, que possibilitaram um processo contínuo de mudanças, sem perder, contudo, os ordenamentos traçados em suas redes.