Inibição da recaptação de serotonina durante a lactação melhora a bioenergética mitocondrial e balanço oxidativo no coração de ratos machos e fêmeas juvenis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BRAZ, Glauber Rudá Feitoza
Orientador(a): LAGRANHA, Cláudia Jacques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31699
Resumo: As mitocôndrias desempenham processos altamente interconectados, principalmente no que diz respeito a produção de energia e de espécies reativas de oxigênio (EROs). Estão presentes em grandes quantidades nos cardiomiócitos, favorecendo um alto consumo de oxigênio; o que vulnerabiliza este tecido às ações de EROS e à consequente disfunção mitocondrial. Um mecanismo subjacente associado a elevada produção de EROs é a elevação nos níveis de serotonina (5-HT) cerebrais, induzida por exemplo por manipulação farmacológica através da fluoxetina; um inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) que age impedindo a recaptação da mesma no neurônio pré-sináptico. Em decorrência da ação desse fármaco, altos níveis de 5-HT têm sido associados à gênese de doenças cardiovasculares (DCVs). Embora igualmente prejudicial para ambos os gêneros, as DCVs associadas à disfunção mitocondrial parecem ser menos severas no gênero feminino. Os estudos sobre os efeitos cardíacos decorrentes da manipulação serotoninérgica neonatal mediados pela função mitocondrial ainda não estão bem elucidados, fato que nos induziu a avaliar os efeitos da inibição crônica de recaptação de 5-HT induzida por fluoxetina durante o período de lactação (1º ao 21º dia de vida) sobre a bioenergética mitocondrial e balanço oxidativo no coração de ratos machos e fêmeas, aos 60 dias de vida. Para tal, ratos Wistar machos e fêmeas foram divididos aleatoriamente em dois grupos durante o período de lactação, de acordo com o tratamento: Controle (NaCl 0,9%) e Fluoxetina (10mg/kg de peso corporal). Aos 60 dias de vida foram realizadas as seguintes análises: consumo de oxigênio mitocondrial, estimativa da produção de espécies reativas mitocondriais, potencial elétrico de membrana mitocondrial, biomarcadores de estresse oxidativo (Malondialdeído-MDA e Carbonilas), defesa antioxidante enzimática (atividade das enzimas superóxido dismutase-SOD, catalase-CAT e glutationa-S-transferase-GST), defesa antioxidante não enzimática (conteúdo de glutationa reduzida-GSH) e atividade da enzima do ciclo de Krebs (citrato sintase-CS). Nossos dados mostraram que, o tratamento com fluoxetina durante a lactação induziu aumento na capacidade respiratória mitocondrial, com menor produção de espécies reativas e aumento do potencial elétrico de membrana em ambos os gêneros. Em relação ao balanço oxidativo, os machos tratados com fluoxetina no período neonatal apresentaram menores níveis de MDA, e aumento na atividade da CAT, GPx e CS. Nas fêmeas, o tratamento neonatal com a fluoxetina reduziu o conteúdo de carbonilas, aumentou a atividade da SOD e CAT e não alterou os parâmetros hemodinâmicos. Dessa forma, sugere-se que a manipulação farmacológica durante o período crítico de desenvolvimento foi capaz de modular positivamente a bioenergética mitocondrial e balanço oxidativo cardíacos, independente de gênero.