Variação espacial e temporal da comunidade microfitoplânctônica em ecossistemas costeiros localizados no litoral sul de Pernambuco, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Rosevel da Silva, Michelle
Orientador(a): da Glória Gonçalves da Silva Cunha, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8774
Resumo: O ambiente marinho costeiro apresenta uma forte interação entre oceano-continenteatmosfera e por isso é considerado extremamente complexo do ponto de vista biológico, devido às influências de diversos sistemas, permitindo caracterizá-lo como um dos mais férteis e dinâmicos da hidrosfera. O complexo estuarino (rios Ilhetas e Mamucaba) e a Baía de Tamandaré estão localizados no município de Tamandaré a 110km ao sul de Recife (Pernambuco - Nordeste do Brasil), encontrando-se inseridos na APA dos Corais. Esses ecossistemas foram investigados com o objetivo de inventariar a comunidade microfitoplanctônica, avaliando a dinâmica espaço-temporal e as principais variáveis ambientais que interferem na sua composição. Coletas do fitoplâncton e parâmetros hidrológicos foram realizadas de fevereiro/98 a janeiro/99 em 4 estações fixas, abrangendo dois ciclos de marés (baixa-mar e preamar) em diferentes períodos sazonais (estiagem e chuvoso). Foram aferidos in situ dados sobre as variáveis abióticas: profundidade local, temperatura e transparência da água e, concomitantemente, coletadas amostras de água com garrafa do tipo Nansen para análise dos demais descritores. As amostras do fitoplâncton foram coletadas através de um arrasto superficial horizontal com duração de 3 minutos, utilizando uma rede de plâncton (64μm de abertura de malha) e, posteriormente, fixadas com formol neutralizado a 4%. A temperatura, salinidade da água, fosfato e silicato tiveram seus maiores valores no período de estiagem. O pH, oxigênio dissolvido, saturação e DBO não mostraram grandes variações sazonais. Enquanto os teores mais elevados de nitrito, nitrato e material em suspensão foram registrados no período chuvoso. Em relação às marés, os valores mais elevados nas baixa-mares foram da temperatura da água, DBO, silicato e material em suspensão. Nas preamares, salinidade da água, oxigênio dissolvido e nitrato. Foram inventariados 203 táxons, distribuídos entre as diatomáceas, dinoflagelados, cianofíceas, clorofíceas e euglenofíceas, seqüenciados em ordem de riqueza taxonômica e abundância, destacando-se como dominante e/ou muito freqüente as espécies Aulacodiscus kittoni Arnott, Cerataulus turgidus Ehrenberg, Chaetoceros lorenzianus Grunow, Coscinodiscus centralis Ehrenberg, Nitzschia sp. e Synechococcus elongatus (Nägeli) Nägeli. A riqueza e densidade microfitoplanctônica foram mais elevadas no período de estiagem quando ocorreu maior incidência de radiação solar e transparência da coluna de água. A diversidade específica foi considerada alta o que demonstra uma distribuição homogênea das populações e uma heterogeneidade fortemente influenciada pelos gradientes físicos e químicos decorrentes dos fluxos limnético e marinho. A presença de espécies marinhas eurialinas (83%) foi bastante significativa, atingindo percentuais muito acima daquelas consideradas verdadeiramente estuarinas (7%) e oligoalinas (10%). Na análise dos componentes principais (ACP) foi possível constatar que alguns fatores como precipitação pluviométrica, o ciclo das marés e a salinidade contribuíram para a complexidade ambiental da área em questão, sendo os principais condicionantes tanto dos parâmetros hidrológicos como da distribuição da composição microfitoplanctônica. Os dados obtidos das variáveis ambientais indicadoras da qualidade ambiental (oxigênio dissolvido e DBO) e da flora planctônica permitiram classificar os ecossistemas costeiros estudados como isentos de estresse ambiental, demonstrando que os mesmos encontram-se bastante conservados, com um alto grau de complexidade