Injustiças socioambientais e interferências na saúde de populações localizadas na área do Complexo Industrial Portuário de Suape

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: ALVES, Stevam Gabriel
Orientador(a): SANTOS, Solange Laurentino dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17775
Resumo: O Complexo Industrial Portuário de Suape tem sido alvo de importantes investimentos tanto da iniciativa privada, quanto do setor público, tendo como premissa o desenvolvimento do Estado de Pernambuco. Contudo, este empreendimento tem originado inúmeros impactos ao ambiente e à saúde das populações tradicionais sobrepostas por esse mega projeto, dentre elas a do Engenho Mercês. Essa população é caracterizada pelo desenvolvimento de atividades tradicionais no ambiente em que vivem, porém tem sofrido impactos negativos a partir das atividades produtivas da Refinaria Abreu e Lima e da empresa Suape impossibilitando a continuação de seus hábitos e modos de vida, além de serem excluídas das decisões sobre mudanças em seus territórios. Diante desse fato, a pesquisa teve como objetivo: Identificar fatores que possam interferir na saúde ambiental das populações diretamente ligadas às áreas do Complexo Industrial e Portuário de SUAPE (CIPS), investigando se existe relação entre os principais riscos e agravos à saúde presentes nessas comunidades e as atividades produtivas das indústrias. Para alcançar os objetivos da pesquisa, utilizou-se a análise crítica do discurso como técnica de analise científica e procedimentos metodológicos, tais como: revisão bibliográfica, documental e pesquisa de campo nos meses de Novembro de 2014 e Julho a Setembro de 2015. A coleta de dados se desenvolveu através de entrevistas com os moradores, observação direta e registros fotográficos. A análise dos resultados revelou que o CIPS tem uma importância econômica fundamental para o Estado de Pernambuco e a região Nordeste como um todo. Porém, esse “desenvolvimento” não traz benefícios para todas as camadas sociais, visto que as populações mais vulneráveis que estão “inseridas” neste complexo sofrem com o ônus do progresso, configurando situações de injustiças e conflitos socioambientais. Outro resultado foi a identificação de doenças que surgiram a partir das atividades de implantação e operação da refinaria através de emissões atmosféricas, poluição sonora e efluentes líquidos que vêm alterando o perfil epidemiológico da comunida de em estudo. Visando uma mudança neste cenário, é fundamental compreender que a promoção da saúde da população depende, essencialmente, da qualidade do ambiente e dos modelos de produção em que estes indivíduos se encontram. Desta forma, pensar em qualidade de vida implica defender modalidades de desenvolvimento sustentável que promovam mudanças qualitativas significativas e que enfrente as crises do crescimento econômico, possibilitando um desenvolvimento que se reflita em melhorias nas condições socioambientais das diversas camadas da sociedade.