Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Díaz, Xiomara Franchesca García |
Orientador(a): |
Leitão, Sigrid Neumann |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12222
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Resumo: |
O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto do gás natural na comunidade do zooplâncton marinho, como consequência de uma liberação acidental (blowout) desse poluente em ecossistemas costeiros. A hipótese a ser testada postula que o gás natural causa um efeito tóxico na comunidade planctônica marinha, refletida na alteração dos atributos ecológicos do zooplâncton marinho costeiro (mudanças na biomassa, densidade, riqueza, diversidade e equitabilidade), e no efeito agudo (alta taxa de mortalidade; diminuição na produção de ovos e sucesso de eclosão) nas populações de copépodos planctônicos marinhos. Para testar a hipótese o projeto se dividiu em três etapas. A primeira consistiu em determinar as variações na estrutura das comunidades de zooplâncton marinho de uma região costeira do nordeste brasileiro (Suape) durante experimentos em campo de blowouts subsuperficiais de gás natural. Como resultado foi observado uma tendência de aumento de densidade durante a injeção de gás natural em náuplios de Copepoda e Chaetognatha em todas as campanhas e a presença de organismos bentônicos na coluna de água como resposta ao efeito físico da ascensão das bolhas de gás, denominado efeito de fonte. Estas duas respostas podem ser utilizadas como indicadores ecológicos de plumas gás em áreas de exploração. O efeito de fonte acumulou e deslocou organismos causando mudanças temporárias na estrutura zooplanctônica. O efeito do gás natural sobre a comunidade de zooplâncton em campo foi mascarado pelas variáveis ambientais e o curto tempo de exposição ao gás. A segunda etapa avaliou durante experimentos realizados no laboratório, a sobrevivência e reprodução (porcentagem de sobrevivência, produção de ovos e taxa de eclosão de náuplios) de copépodos planctônicos representativos da região tropical do Atlântico ocidental para serem usados como potenciais organismos-teste para ensaios ecotoxicológicos. As espécies Acartia lilljeborgii Giesbrecht, 1889 e Temora turbinata (Dana, 1849) foram estudadas definindo A. lilljeborgii como a melhor opção para a cultura em laboratório, devido ao seu potencial reprodutivo (maior fecundidade) e sua ampla distribuição e densidades elevadas nas águas estuarinas do nordeste do Brasil. A terceira etapa permitiu o desenvolvimento de uma metodologia utilizando a Cromatografia Gasosa para medição de gás metano (principal componente do gás natural) dissolvido na água do mar e sua aplicação em ensaios ecotoxicológicos para determinar o efeito nas populações de Acartia lilljeborgii. Este trabalho conseguiu tanto desenvolver e aplicar uma metodologia com uma estrutura experimental de laboratório simples, quanto obter resultados ecotoxicológicos em curto prazo que podem ser utilizados para avaliar o impacto ecológico do aumento da concentração do gás metano na água do mar. Esta metodologia pode ser aplicada com gás natural em estudos futuros buscando avaliar o impacto que vazamentos acidentais no mar podem causar sobre a fauna e flora marinha e dessa forma estabelecer o risco real deste poluente. Embora este trabalho tenha mostrado que efeitos ecológicos e ecotoxicológicos de poluentes gasosos nos ecossistemas marinhos podem ser avaliados, o trabalho com gases e sua interação com o ambiente é de grande complexidade e precisa de mais investimento e continuidade para obter resultados definitivos. |