Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Magno dos Santos Souto, Carlos |
Orientador(a): |
Cortez Silva, Sílvia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7013
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Resumo: |
Esta dissertação pretende analisar as imagens produzidas por Luís da Câmara Cascudo para a cidade do Natal nas décadas de 1940 -1950. Uma das questões principais é entender como e porque o autor construiu duas imagens complementares e antagônicas para a capital potiguar: a Natal antiga, que caracteriza a cidade provinciana e nostálgica do fim do século XIX e início do século XX, e a nova Natal, que representa a cidade nos anos 1940 -1950, época em que o espaço urbano passou por profundas transformações ocasionadas pelo impulso modernizador. Para isso faz-se uso da análise textual das crônicas cascudianas publicadas na imprensa natalense no período mencionado, assim como de outros escritos que auxiliam a compreender tal assunto. A articulação entre uma história dos espaços urbanos e uma história intelectual permite vislumbrar a formação de um autor que produziu sua identidade de homem de letras em estreita relação com terra em que nasceu, viveu e morreu. O percurso traçado ao longo da escrita busca afastar-se das verdades instituídas acerca da vida e obra de Câmara Cascudo e lançá-lo na dispersão, na multiplicidade, na fragmentação que caracterizaram sua trajetória intelectual e que possibilitam compreender seus posicionamentos frente a questões centrais como o passado, o presente e a modernidade, as quais se desdobraram em suas crônicas sobre a cidade. A investigação das crônicas cascudianas sobre a cidade revela um intelectual apegado ao tempo passado, que constrói com o tecido da saudade a Natal antiga, um espaço calmo e idílico que reflete o período de sua infância. Já a nova Natal aparece em seus escritos como o lugar da instabilidade, da fragmentação, do dilaceramento do sujeito. A cidade moderna é vista com pessimismo por um autor que se mostra extremamente reacionário em relação a qualquer tipo de mudança e que enxerga o passado como um refúgio contra as agruras do tempo presente. Câmara Cascudo situa-se entre essas duas realidades conflitantes. Por fim a leitura de suas crônicas permite traçar o perfil de um intelectual conservador, que tem suas origens vinculadas as decadentes elites rurais do Norte do país, que produz sua memória sublinhando certos aspectos de sua vida e obscurecendo outros, e que trata a historiografia de uma maneira tradicionalista |