Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
MEDEIROS, Gislainy Alencar |
Orientador(a): |
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39814
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Resumo: |
Entendendo a subjetividade como a maneira pela qual o sujeito faz a experiência de si mesmo em um jogo de verdade, no qual ele se relaciona consigo mesmo e com seus intercessores, é que este trabalho teve como objetivo estudar o processo histórico e social da produção da subjetividade de Luís da Câmara Cascudo de 1910 a 1940 do século passado e, dessa forma, entender quais foram os discursos, as tecnologias, os mecanismos que ajudaram a produzir esse sujeito de discurso, observando através de suas leituras, de suas amizades, do relacionamento com sua família, das histórias ouvidas na infância, do relacionamento com seus primeiros professores se o discurso religioso fez parte na criação e instauração de um modelo de subjetividade para Câmara Cascudo, pois esse sujeito é filho dessa sociedade descrita por Freyre como patriarcal, onde o discurso religioso exercia influência significativa na formação de subjetividade de muitos homens e mulheres. Por isso, fazer uma história de produção da subjetividade de Luís da Câmara Cascudo nos possibilita desnaturalizar, desmaterializar e desconfiar desse sujeito de discurso e de sua produção discursiva, mostrando que o sujeito é uma produção histórica, fruto de uma genealogia de poderes e de uma arqueologia de sabres. Que o discurso de Luís da Câmara Cascudo só foi possível em determinado momento, qual seja, as primeiras décadas do século XX, período de sua formação intelectual, e principalmente período em que sua subjetividade católica e patriarcal entra em choque com o mundo moderno, o que possibilitou ou impulsionou esse sujeito, falar de uma sociedade e de valores que ele próprio estava testemunhando seu desaparecimento. A emergência da sociedade burguesa e de novas formas de se comportar, novas sociabilidades, subjetividades e sensibilidades ditas modernas, provocou em Luís da Câmara Cascudo o medo de uma desterritorialização subjetiva e, portanto, a tentativa de barrar esse processo de dissolução, a tentativa de assegurar seu espaço existencial e social, de encontrar um lugar seguro, nessa sociedade, considerada por ele, turbulenta, se filiando ao Movimento Integralista. Um movimento que pregava a ressacralização de antigos valores como hierarquia, ordem, disciplina, caridade. Por fim, a ressacralização de instituições como a Igreja e a família. Valores e instituições de uma sociedade onde a subjetividade de Câmara Cascudo foi possível, a sociedade patriarcal, onde o discurso religioso era visto pela maioria dos homens e mulheres como o ordenador do mundo, como o único capaz de trazer ordem e estabilidade à sociedade. |