Atividades biológicas do extrato etanólico e frações do caule de Jatropha mutabilis (Pohl) Baill

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Livia Vicente de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56418
Resumo: O câncer representa um dos desafios críticos para a saúde mundial, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade. Nesse contexto, a grande quantidade de compostos químicos encontrados na natureza oferece uma fonte rica de agentes potencialmente anticancerígenos. Na Caatinga, Jatropha mutabilis, conhecida como pinhão-de-seda, destaca-se como uma planta endêmica cujo perfil químico e propriedades biológicas foram pouco estudados. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo caracterizar o extrato etanólico e as frações do caule de Jatropha mutabilis (Pohl) Baill, além de avaliar suas atividades anticancerígena, antioxidante e antimicrobiana. Para isso, foi coletado o caule de J. mutabilis e preparado o extrato etanólico através de maceração exaustiva. Posteriormente, foram obtidas frações, separadas por partição utilizando os solventes acetato de etila, diclorometano, hexano e metanol-água. A análise fitoquímica foi conduzida por técnicas cromatográficas, como os métodos em camada delgada (CCD) e líquida de alta eficiência (CLAE). O potencial antioxidante foi avaliado por meio do sequestro de radicais como o ABTS e o DPPH. A citotoxicidade foi investigada em linhagens de células tumorais humanas, incluindo adenocarcinomas de cérvix (HeLa), cólon (HT-29) e mama (MCF-7), além de leucemia promielocítica aguda (HL-60), juntamente com células não cancerígenas, como macrófagos murinos (Raw 264.7) e células epiteliais renais de macaco (Vero CCL-81), utilizando o método do MTT (brometo de 3-[4,5-dimetil-tiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio). A atividade hemolítica foi analisada para determinar o potencial de toxicidade para eritrócitos humanos. A verificação do tipo de morte celular foi realizada por citometria de fluxo, utilizando a dupla marcação com anexina V e iodeto de propídeo. Para a atividade antibacteriana, foram testadas cepas de Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. A triagem fitoquímica por CCD evidenciou a presença de derivados cinâmicos, cumarinas, flavonoides, esteroides, terpenos e taninos. Esses resultados foram confirmados pelos perfis cromatográficos, os quais apontaram a presença de flavonoides, taninos condensados e taninos hidrolisáveis. No ensaio do DPPH, a fração metanol-água (FMA) demonstrou a menor IC50 (concentração inibitória para reduzir em 50% do radical), registrando 24,49 μg/mL, valor inferior ao ácido ascórbico utilizado como padrão. No método do ABTS, a FMA também apresentou a menor concentração, com 378,31 μg/mL. Dentre as amostras testadas, as frações hexânica (FH) e diclorometano (FDCM) apresentaram citotoxicidade para as células HeLa e HL-60, com valores de CI50 (concentração que inibe 50% em relação ao controle) de 13,44 a 31,85 μg/mL. Notavelmente, a FDCM apresentou a menor CI50, mesmo em um período de exposição de 48 horas frente à linhagem HL-60. Além disso, FDCM foi capaz de induzir apoptose na linhagem HL-60, evidenciado pelo aumento das células em apoptose ou apoptose tardia, identificadas por citometria, corroborando com os achados morfológicos atípicos observados na linhagem HL-60. Adicionalmente, as frações acetato de etila e diclorometano exibiram atividade antimicrobiana moderada frente a S. aureus. Os dados obtidos revelaram que os produtos derivados do caule de J. mutabilis exibiram propriedades antioxidantes e anticancerígenas, ressaltando seu potencial como fonte de novos compostos bioativos.