Afetividade : uma análise das histórias contemporâneas vividas por professoras da Escola Santa Teresa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Zumar Cleide Queiroz de
Orientador(a): SIMÕES, José Luís
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54309
Resumo: Esta dissertação analisa a relação entre afetividade e a prática docente a partir das histórias contemporâneas vividas por quatro professoras da Escola Santa Teresa, com foco no contexto político pandêmico da Covid-19. A escola, localiza-se na periferia da cidade de Camaragibe- PE – região Nordeste e metropolitana do Recife, a 17,4 km da capital. Teoricamente, trabalhamos com as bases epistemológicas do conceito de afetividade em Wallon (1879/1962) e Vygotsky (1993/1998). Fundamentou-se, metodologicamente, no campo da história oral, no sentido de visibilizar, considerando a dimensão da memória no processo das práticas docentes no contexto aqui analisado, em que medida a dimensão da afetividade influência e interfere em tais práticas. O interesse por esse tema, por um lado, se articula aos fatores que tornam a afetividade uma questão reflexiva sobre a prática pedagógica; por outro, observações que, diante de situações desafiadoras vivenciadas no chão da sala de aula, sentimentos, emoções, angústias e inquietações afetavam à práxis. Portanto, este trabalho tem como objetivo discutir como a afetividade influência e interfere na prática docente das professoras que lecionam na Escola Santa Teresa, face o contexto contemporâneo. Os objetivos específicos são: a) identificar os fatores que influenciam a afetividade; b) investigar a interferência da afetividade na prática docente, perante o contexto contemporâneo; e c) analisar os discursos das professoras em torno dos afetos. Conceituamos a afetividade na perspectiva de Vygotsky e Wallon. O primeiro, ao romper com a separação entre o pensamento e o afeto, emoção e razão, entende que as emoções passam por uma transição superior e simbólica, construída nas relações e onde é decisivo o papel do outro; e que, nesse sentido, a base afetivo-volitivo articula, de forma imbricada, a relação entre contextos (históricos, sociais e culturais) e consciência dialética mediada pelas dimensões simbólicas e dos significados. Para o segundo, a afetividade compreende o desenvolvimento humano como um dos núcleos integradores que processa as sensações e emoções, acolhendo a sensibilidade que internaliza os acontecimentos externos e se integram às ações comportamentais, tanto positivas como negativas. A investigação sinalizou que o jogo das emoções revela vontades, interesses encobertos e movem estudantes a exteriorizarem expressões, sentimentos e emoções que contribuem para compreender os comportamentos, reflexões e desafios vivenciados. O adoecimento emocional dos docentes atrelados aos afetos e à pandemia da Covid-19, a democratização da memória docente e as práticas educativas que marcam a vida de docentes e discentes, a ausência e presença de afetividade nas relações e as capacidades das práticas afetivas, dentre outras discussões. Ao longo desta dissertação, foi possível perceber que a afetividade contribui para potencializar as relações educacionais, a autoestima, superação e resiliência. Nesse sentido, propomos uma análise reflexiva da afetividade que pode ressignificar a prática docente.